Dados do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) revelam que o estado do Pará teve a menor oferta de médicos e enfermeiros do país em 2021, com 0,9 profissionais para cada 1.000 habitantes. O crescimento no número de enfermeiros no estado foi o menor do país entre 2010 e 2021.
A pesquisadora Helena Arruda, do IEPS, destaca que essas baixas taxas refletem não apenas a quantidade de profissionais, mas também apontam para limitações no acesso da população aos serviços de saúde nas regiões Norte e Nordeste. Essa disparidade cria desigualdades profundas na saúde da população dessas regiões.
A análise do crescimento no número de enfermeiros entre 2010 e 2021 revela que o Pará teve o menor aumento quantitativo, passando de 0,3 para 0,9 enfermeiros por 1.000 habitantes. Esse dado ressalta as desigualdades regionais no fortalecimento da equipe de saúde e na distribuição de recursos para atender as demandas da população.
As discrepâncias na oferta de profissionais de saúde não se limitam apenas aos médicos e enfermeiros. O boletim também aponta desigualdades nas regiões de saúde em relação à disponibilidade de leitos. O Nordeste, por exemplo, apresenta a maior porcentagem de regiões com as taxas mais baixas de leitos SUS, enquanto o Sul tem as taxas mais altas.
O período analisado demonstra que a disponibilidade de leitos cresceu apenas no primeiro ano da pandemia de Covid-19, indicando impactos significativos na estrutura de saúde pública. O avanço da saúde suplementar no Brasil também é evidenciado pelo crescimento constante dos leitos não SUS.
