Sem sombra de dúvidas a cantora Pabllo Vittar, mesmo que não tivesse essa pretensão, acabou por se tornar a artista, com projeção nacional, que mais leva a cultura do Pará para fora na atualidade.
Sem trazer celebridades para visitar o Círio de Nazaré ou falar de sua infância no bairro do Jurunas, Pabllo mostra aos de fora uma das coisas que mais nos orgulhamos aqui na terra do açaí, a riqueza de nossa música.
Experimente digitar a palavra “paraense” na rede social twitter que vai dar de cara com o mais novo CD da cantora drag queen que nasceu no Maranhão, mas passou praticamente a infância e adolescência em Santa Izabel, a 36 Km de Belém.
Não era para menos, o CD de Pabllo, “Batidão Tropical”, lançado em 24 de junho de 2021, é uma viagem a um Pará perdido no tempo nos anos 2000, todavia vívido na memória e referências da cantora.
Em junho de 2021, durante uma entrevista ao G1, o produtor do disco, Rodrigo Gorky, afirmou que o álbum é “extremamente brasileiro”. Nós diremos mais, tirando o forró, ele é “extremamente paraense”.
Já Pabllo explicou o objetivo do CD. “Queria de alguma forma exaltar realmente a minha origem, a minha cultura, o Maranhão, o Pará e todas as adjacências que consomem essa cultura”.
As músicas “Ânsia”, “Bang Bang” e “Zap Zum”, são calypsos da banda paraense Companhia do Calypso. Já as faixas “Ultra Som” Ravelly e “Apaixonada” da Banda Batidão.
Já na canção “Não é Papel de Homem”, a autoria pode até não ser de uma banda paraense, mas o ritmo, não há como negar, é nosso.
Parece que a cantora, mesmo que tenha sofrido bullying na infância, faz questão de ressaltar as coisas boas ue viveu aqui na terrinha. Quando participou recentemente do quadro, “Visitando o Passado” no programa do Luciano Huck, lembrou com carinho de sua infância no Pará. Não falou nem de bala perdida e nem de corpos no chão.
Lembro-me de um cantor paraense de lambada que, nos anos 90, ao experimentar o sucesso tratou logo de dizer que era cearense.
Pontos para a Pabllo, que mesmo sem ter nascido no Pará, na prática, tem mostrado mais amor pela nossa terra que os próprios artistas globais paraenses.