Nesta quarta-feira (29), foi divulgado o resultado da pesquisa anual patrocinada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre as condições das rodovias brasileiras. As notícias são desanimadoras para os motoristas, já que 67% das estradas federais ou estaduais apresentam alguma falha, totalizando mais de 2.000 pontos críticos. O Norte do país é particularmente afetado, com cinco das dez piores rodovias localizadas na região, sendo a 9ª pior a PA-263, que liga Goianésia do Pará a Tucuruí e se encontra em péssimo estado.
A situação caótica não é exclusiva do Pará, pois, a cada dez quilômetros das estradas brasileiras, quase sete são considerados problemáticos, recebendo avaliações regulares, ruins ou péssimas, de acordo com o levantamento da CNT.
As piores rodovias do país
Ranking | Rodovia | UF | Trecho | Gestão | Classificação |
520º | AM-010 (Torquato Tapajós) | AM | Manaus a Itacoatiara | Pública | Péssimo |
519º | PB-400 | PB | Cajazeiras a Conceição | Pública | Péssimo |
518º | BR-364 (Marechal Rondon) | AC | Cruzeiro do Sul a Acrelândia | Pública | Péssimo |
517º | PE-096 (Dom Henrique Soares da Costa) | PE | Palmares a Barreiros | Pública | Péssimo |
516º | MA-106 | MA | Governador Nunes Freire a Alcântara | Pública | Péssimo |
515º | PE-126 | PE | Palmares a Quipapá | Pública | Péssimo |
514º | AC-010 (Estrada de Porto Acre) | AC | Porto Acre a Rio Branco | Pública | Péssimo |
513º | AP-010 (rodovia JK) | AP | Macapá a Mazagão | Pública | Péssimo |
512º | PA-263 | PA | Goianésia do Pará a Tucuruí | Pública | Péssimo |
511º | BR-174 (Manaus-Boa Vista) | AM | Presidente Figueiredo a Borba | Pública | Péssimo |
O estudo, que analisou um total de 111.502 quilômetros de vias, considerou critérios como a qualidade da pavimentação, sinalização e o traçado das vias para classificá-las. Foram identificados 2.648 pontos críticos no país, locais com condições atípicas que prejudicam o fluxo do tráfego, representando riscos à segurança dos usuários e custos adicionais à administração da via.
A região Norte apresentou os piores índices da pesquisa, com quase 16% de suas rodovias em péssimas condições e 25% em condições ruins. O Acre é o estado mais preocupante, com quase metade de suas estradas em péssimo estado e menos de 1% em condição boa.
A CNT estima que mais de R$ 94 bilhões seriam necessários para recuperar as rodovias brasileiras com ações emergenciais de reconstrução, restauração e manutenção. No entanto, apenas uma pequena fração desse valor foi aplicada, com o governo gastando R$ 6,7 bilhões em obras de infraestrutura rodoviária no ano passado.
Apesar de um aumento nos investimentos este ano, o estudo revela que do total de recursos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária em 2023, de R$ 15,01 bilhões, foram investidos R$ 9,05 bilhões até setembro (60,3%).
Os prejuízos causados por acidentes atingiram R$ 13,4 bilhões em 2022. Além disso, a pesquisa CNT estima que, neste ano, haverá um consumo desnecessário de R$ 1,1 bilhão de litros de diesel devido à má qualidade das estradas, resultando em um custo adicional de R$ 7,49 bilhões para os transportadores. Com o início do período de chuvas na região Norte, a tendência é que a situação se agrave até os três primeiros meses de 2024.