Onde está o dinheiro? O que foi feito do empréstimo de U$ 100 milhões?
Por Ronaldo Brasiliense
Neste governo do Helder Barbalho (MDB), sem nenhuma transparência, eu gostaria mesmo de saber onde foram parar os U$ 100 milhões de dólares do empréstimo junto ao Banco Mundial (BIRD), aprovado a toque de caixa, na calada da noite, sem discussão com a sociedade civil, pela Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).
São mais de R$ 550 milhões que deveriam ter sido gastos na guerra sem trégua contra a pandemia do novo coronavírus. Sabe-se que boa parte desta dinheirama seria torrada naquela desastrada operação de compra de 400 respiradores mecânicos na China por uma empresa, a SKN, que tem como sócio um amigo de longas datas do governador.
A compra dos respiradores, por fantásticos R$ 50,4 milhões, resultou num escândalo que continua sendo investigado pela Polícia Federal em inquérito instaurado com autorização do ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por envolver o governador do Estado, que tem foro privilegiado.
Sabe-se, também, que mais de R$ 120 milhões do empréstimo junto ao BIRD seriam destinados a instalação de quatro hospitais de campanha – em Belém, Santarém, Marabá e Breves, no Marajó –, mas Helder Barbalho decidiu, por conta e risco, que faria outros quatro hospitais de campanha, desta vez em Altamira, Redenção/Conceição do Araguaia, Soure (também no Marajó) e outro em Belém, no centro de convenções da Assembleia de Deus, alugado por generosos R$ 75 mil mensais, que já estaria pronto há mais de dois meses, mas nunca foi inaugurado, nem usado.
Sabe-se, ainda, que o Ministério Público do Pará (MPPA), e o Federal, investigam a atuação das Organizações Sociais (OS) contratadas com dispensa de licitação para a gestão desses hospitais.
Um deles, o hospital de campanha de Santarém, chegou a sofrer ação da Justiça pela total falta de transparência nos gastos.
O que não se sabe é o destino dos mais de R$ 500 milhões do empréstimo do Banco Mundial.
Talvez se saiba sobre esses gastos, daqui a pouco, em nova Ação Civil Pública por improbidade administrativa.
No aguardo.
Fonte: Amazônia Notícias