O cometa Halley, a milícia cabana, Raul Seixas e o Stefani Henrique
Por Eduardo Cunha (da Redação)
Conta-se que existia em Belém, há algumas décadas, uma gangue violenta que aterrorizava a cidade. Quem arriscou dizer que era a “Bailique”, errou! Estou me referindo à famigerada “Milícia Cabana”.
Para quem não cresceu escutando “É o Tchan”, dançando na boquinha da garrafa, tampouco deu um rolezinho no “Gêmini”, na “Saudosa Maloca” ou no “Olê, Olá”, não vai saber muito sobre o que eu estou falando.
A tal Milícia Cabana seria um braço armado formado por verdadeiros jagunços do atual prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), em seus primeiros dois mandatos, na época em que Ed era filiado ao PT. A gangue fora criada para atuar, por meios não tão democráticos e republicanos assim, como forma de intimidar manifestações populares e pessoas que pudessem questionar o alcaide em uma caminhada, inauguração de uma obra, ou coisas do tipo.
Lenda urbana? Pode ser! Afinal, naquela época também se dizia que, por dentro do boneco do Fofão havia uma espada embutida e que, se escutássemos o disco da Xuxa, de trás para diante, poderíamos decifrar mensagens criptografadas, da Musa dos Baixinhos, dedicadas ao capeta.
Truculência – Deixando de lado as conjecturas, fato é que, até o presente momento, o governo do prefeito Edmilson Rodrigues, agora já no PSOL, vem colecionando vergonhosos casos de violência, preconceito de raça, autoritarismo e machismo.
Quem não lembra do triste episódio que ocorreu com a, então eleita vereadora do próprio PT, Beatriz (Bia) Caminha, no qual ela foi impedida de subir no palanque de vitória de Ed, em 2020, segundo ela, por ser mulher e negra? Mas, infelizmente, a violência contra as minorias não parou por aí.
Stefani – Recentemente, toda mídia local, e até nacional, publicou sobre a truculência de um capanga do prefeito Edmilson que, em uma atitude, verdadeiramente irascível, puxou o celular de uma cidadã que filmava a entrega de uma daquelas obras de R$ 1,99 do pessolista no Ver-o-Rio, e tacou-lhe ao chão. O nome do “assessor”? Stefani Henrique
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Poucos dias atrás, o mesmo sujeito havia expulsado os professores do cadastro de reserva em um evento organizado pela PMB na Unama.
Corre à boca miúda que Stefani teria sido um dos camaradas do Ed que teriam feito parte da tal Milícia Cabana, lá nos tempos em que se amarrava cachorro com linguiça.
A “demissão” – Após várias críticas contra o tal “companheiro militante” – diga-se de passagem nenhuma saída de seus correligionários como a deputada estadual Marinor Brito, a vereadora Lívia Duarte, nem do próprio prefeito Edmilson – a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) anunciou o desligamento de Stefani, sem contudo nenhuma palavra de lamento e reprimenda ao servidor.
Mas ao que tudo indica, a tal exoneração não teria passado de uma simulação, daquelas apenas para “inglês ver”.
O jornalista Olavo Dutra, publicou em sua coluna que o tal jagunço da Milícia Cabana teria sido apenas remanejado para uma empresa terceirizada da Prefeitura de Belém, e continua ganhando os seus R$ 6.000,00, todo mês, para continuar fazendo o que parece fazer com proficiência.
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Fascismo? – Confesso que nasci em uma época em que se dava os nomes para as coisas e para as atitudes, independentemente, de contra quem elas tinham sido feitas. Machista era o sujeito que usava de violência contra mulheres, racista era aquele que descriminava pessoas pela cor de sua pele e jagunços eram empregados que faziam o serviço sujo apara seus coronéis.
De fato, o cometa Halley passou, a Guerra Fria também e nenhuma deles, e nem o Nibiru, destruíram a vida na Terra. Sorte nossa. Mas se não matou, parece ter levado um pouco da sanidade da mente das pessoas.
Hoje, “jagunço” se chama “assessor”, “extremista” se chama “militante” e “fascismo” se chama “governo do amor”.
Como já dizia Raul Seixas, aquele compositor que Edmilson criou um dia especialmente para os belenenses homenagearem: ”Depois o maluco [beleza] sou eu”.