O programa “Caminhos do Agro”, exibido no Ceará, provocou debate ao afirmar que “o açaí é do Ceará”. A reportagem destaca o avanço da produção do fruto no estado, que pretende se tornar um dos três maiores produtores do Brasil nos próximos anos. Atualmente, o Pará lidera com ampla vantagem: segundo dados da Fapespa e do IBGE, o estado amazônico responde por mais de 94% de toda a produção nacional, com cerca de 1,7 milhão de toneladas colhidas anualmente e mais de 61 mil toneladas exportadas só em 2023.
O agricultor Alberto Felix, mostrado na reportagem, cultiva açaí no litoral oeste cearense desde 2016, com apoio da Embrapa Amazônia Oriental, com sede em Belém. A instituição desenvolveu uma variedade da planta adaptada à terra firme, ideal para solos nordestinos, e que produz o ano todo com menos uso de água. O produtor já tem 100 mil mudas e quer atingir 1 milhão até o fim de 2025.
O Ceará aposta em vantagens como maior incidência solar (4.380 horas/ano contra 2.389 do Pará), o que favorece frutos mais adocicados. O consultor Eliseu Belort destaca que o crescimento do mercado cearense é de 15% ao ano, o que impulsiona o investimento local. Ainda assim, o estado depende de infraestrutura, segurança hídrica e conhecimento técnico para alcançar a liderança.
O crescimento nordestino, porém, acende o alerta paraense. Em menos de um mês, dois ícones culturais do Pará passaram a ser reconhecidos oficialmente por outros estados: a castanha-do-Pará, agora sob o título de Capital Nacional da Castanha conferido a Sena Madureira (AC), e o brega, atribuído como patrimônio recifense por projeto em tramitação no Senado.
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