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No Pará, beneficiários do Auxílio Brasil é maior que empregados com carteira assinada

O Pará está entre os estados brasileiros onde o número de beneficiários do programa federal Auxílio Brasil é maior do que empregados com carteira assinada. O levantamento foi feito pelo site Poder360 com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e do Ministério da Cidadania.

Em fevereiro, 12 das 27 unidades federativas (contando o Distrito Federal) tinham mais famílias recebendo o auxílio do que o estoque de vagas formais, a partir dos dados do Caged. Todos eram das regiões Norte e Nordeste, incluindo o Pará.

Em fevereiro, pelos dados mais recentes  o número de beneficiados no Pará já havia subido 20%, para 1,148 milhão de famílias, enquanto o estoque de vagas formais teve uma leve queda de 0,6% ante novembro, somando 821,9 mil vagas.

Fonte: Folha de São Paulo

O Caged considera apenas os postos de emprego com carteira assinada, enquanto boa parte da recuperação do mercado de trabalho desde a pandemia tem se dado pelo trabalho informal.

Esses movimentos, segundo analistas, podem ter ocorrido tanto por um aumento no número de pessoas buscando o Auxílio Brasil quanto por um maior conhecimento a respeito do novo programa de transferência de renda.

“Isso comprova que, mesmo com uma melhora do emprego, as famílias vão continuar dependendo dos programas de transferência em um cenário em que a renda das famílias está em queda”, diz Elvis Cesar Bonassa, diretor da Kairós Desenvolvimento Social.

Ele lembra que a renda por pessoa naquele domicílio é o principal critério para a entrada e permanência em programas como o Bolsa Família e o Auxílio Brasil. “Mesmo que o chefe da família tenha emprego, seu salário pode não ser suficiente para manter a casa e ele acaba tendo de entrar no programa. A renda do trabalho não é suficiente para tirar as famílias da pobreza, o emprego deixou de ser garantia de segurança.”

No ano passado, o rendimento domiciliar per capita (por pessoa) no estado do Pará foi de R$ 847, o que coloca os paraenses com a sétima menor renda entre as UFs brasileiras, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“O Brasil precisa reduzir as diferenças regionais, com mais oportunidade de emprego e aumento da renda média, para que as chances que um trabalhador tem de deixar de depender do programa aumentem”, diz o economista Bruno Ottoni, da IDados.

Podem pedir o auxílio as famílias em situação de extrema pobreza, com renda mensal per capita de até R$ 105, e em situação de pobreza, com renda mensal de até R$ 210 por pessoa, segundo o Ministério da Cidadania. São cerca de 18 milhões de famílias beneficiadas em todo o país.

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