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Município de Bagre identifica nove pessoas mordidas por morcegos vampiros no Marajó

A equipe de investigação epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Bagre, no arquipélago do Marajó, identificou que nove pessoas foram mordidas por morcegos vampiros (desmodus rotundus) em quatro casas ao longo do rio Piquiriana, na zona rural do município, e já prepara ações de vacinação contra a raiva humana, de ampliação da investigação e de controle dos animais para a próxima semana.

O secretário de Saúde, Paulo Ronaldo Rodrigues de Souza, afirmou ao portal Notícia Marajó que o número de pessoas atingidas pode ser maior, pois só no local investigado tem mais de dez casas e a equipe foi em apenas quatro. Também há reclamações em outros rios de Bagre.

“Neste momento foram encontradas nove pessoas mordidas em apenas quatro residências, mas eu creio que vai dar muito porque a nossa região é propícia e tem muito morcego”, afirmou o secretário.

Na próxima semana, haverá vacinação antirrábica para as pessoas mordidas e expostas aos morcegos. Também realizará a vacinação nos animais domésticos.

Controle dos animais – A equipe epidemiológica de Bagre foi até o rio Piquiriana a pedido dos moradores, que acusaram as mordidas. Os agentes de saúde identificaram uma colônia do morcego vampiro, capturou alguns espécimes e aplicou uma pomada vampiricida altamente tóxica no dorso dos animais. Na colônia, os morcegos com a pasta serão lambidos e matarão os demais, acabando com o risco de contaminação humana.

Também foram capturados alguns exemplares que passarão por exames em laboratório para identificar o vírus da raiva animal está circulando entre os morcegos da região.

“Foi o que fizemos lá. Realizamos o tratamento e tiramos uma mostra para fazermos o exame e sabermos se o vírus antirrábico está circulando por intermédio do morcego na região”, completou Souza.

Prevenção – O principal risco que o morcego vampiro, também conhecido no Marajó como palha seca, pode levar ao humano é a raiva, uma doença letal que pode ser transmitida pela mordedura, arranhadura ou até pela saliva do animal em uma lambida.

De hábito noturno e hematófago, o morcego vampiro costuma se aproximar quando as vítimas estão dormindo. Segundo Souza, eles roem a pele, atravessam a carne até chagarem às veias, de onde sugam o sangue humano ou de outros mamíferos.

A infectologista do hospital Sírio-Libanês, Carla Kobayashi, explicou que “uma vez infectado, a letalidade é de quase 100%. São casos muito pontuais onde há sobrevida”.

O secretário Paulo Ronaldo reforçou que a prevenção com a vacinação e proteção da casa são os melhores meios para evitar a contaminação e pediu que após a mordedura, o atingido procure um posto de saúde para vacinação imediata.

“A gente orienta as pessoas a fecharem as casas com madeira, que eles conseguem com facilidade no Marajó. Para aquelas pessoas que não tiverem condições, a gestão municipal deve fornecer o mosquiteiro de rede e de cama, que são as formas mais básicas de proteção”, afirmou.

Histórico no Marajó – Pelas condições precárias de moradias, muitas sem forros e sem vedação – algumas sem paredes -, o acometimento de raiva causada pela mordedura do morcego vampiro não é rara no Marajó.

Em 2004 a cidade de Portel sofreu com um surto e 18 pessoas morreram. O caso mais recente foi registrado em 2018, no município de Melgaço, onde 11 pessoas morreram de raiva humana.

Fonte: Notícia Marajó

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