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O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) confirmou a expulsão de um fazendeiro de uma propriedade em Parauapebas, no sudeste do Pará. O incidente, ocorrido no dia 20 de novembro deste ano, ganhou destaque nas redes sociais após a divulgação de um vídeo que mostrava o momento em que mais de 2 mil pessoas ligadas ao MST ocuparam o complexo de fazendas da família Miranda, considerada grande proprietária de latifúndios na região.
De acordo com o MST, a ação foi uma resposta à ocupação de terras griladas e improdutivas. O vídeo registra a notificação do fazendeiro para deixar o local em algumas horas, enquanto membros do MST asseguram apoio logístico para sua retirada.
Em contrapartida, a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) destaca a existência de inúmeros lotes destinados à reforma agrária no estado que estão sem ocupação ou abandonados. O diretor da Faepa, Guilherme Minssen, ressaltou a importância da segurança dos produtores rurais para garantir a safra dos alimentos e o equilíbrio da balança comercial, defendendo o cumprimento da lei e a preservação do direito de propriedade.
O MST, por sua vez, alega que a área ocupada faz parte de um complexo de fazendas configuradas como latifúndios improdutivos e grilados. Segundo o movimento, os títulos das terras estão sob posse do grileiro de Marabá, Ítalo Todde, e foram trocados por dívidas em negociações duvidosas com a família Miranda.
O empresário Ítalo Todde afirmou que os integrantes do MST retiraram pessoas que já ocupavam a fazenda, danificando propriedades no processo. Em relação à posse da propriedade, Todde declarou que as terras pertencem a “Zé Miranda”.
O MST argumenta que a ocupação visava chamar a atenção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Justiça para realizar uma vistoria na terra. Alegam também que os moradores viviam em condições análogas à escravidão, destacando a necessidade de intervenção das autoridades para disponibilizar a área para a reforma agrária.