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MPF recomenda supervisão do solo contaminado por mercúrio no estado do Pará

O Ministério Público Federal (MPF) emitiu uma recomendação para a supervisão e gestão das áreas suscetíveis à contaminação devido à mineração na região do Tapajós, no Pará, com foco especial nas terras indígenas. As secretarias de saúde estaduais devem coletar informações para os sistemas federais de vigilância em saúde, especialmente relacionadas às populações expostas ao solo contaminado.

“O ministério público federal vem adotando uma série de medidas desde o início da investigação destinadas a provocar o poder público a prevenir, monitorar e erradicar essa contaminação de mercúrio, essa contaminação mercurial e também reprimir as causas dessa contaminação da presença do mercúrio na água, no solo e no corpo dessas pessoas”, explicou Thais Medeiros, procuradora de justiça.

Monitoramento para Políticas de Saúde:

O acompanhamento proposto visa fornecer dados cruciais para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde capazes de prevenir e enfrentar os impactos da contaminação por mercúrio. Pesquisadores destacam que a comunidade indígena Munduruku, situada às margens do Rio Tapajós, enfrenta um risco constante devido à contaminação dos peixes consumidos, resultante das atividades de garimpo ilegal que liberam esse metal pesado nas águas.

Para Paulo Basta, pesquisador Escola Nacional de Saúde Pública, da Fiocruz, explicou que “as amostras que foram coletadas revelaram que em todos os participantes, sem exceção, adultos, crianças, homens, mulheres, idosos, foram detectados níveis de mercúrio no corpo assim como nas amostras de pescado”.

A contaminação pode se apresentar de diversas formas, com gestantes e bebês sendo particularmente suscetíveis. Os efeitos concentram-se principalmente no sistema nervoso, resultando em modificações cognitivas e motoras.

“Uma dor de cabeça crônica, uma instabilidade humoral, insônia, problemas na audição, na visão, gosto metálico permanente na bolsa, pode dar tontura, mal estar, enfim. São sintomas gerais que se confundem com outras doenças. A medida que a contaminação vai progredindo, o sistema nervoso central vai sendo cada vez mais afetado e pode haver sinais importantes na parte motora, na parte sensitiva, pessoas começam a apresentar sintomas semelhantes à síndrome de Parkinson”, explica Basta.

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