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Morte de mais de uma centena de botos na seca amazônica chama a atenção para o drama ambiental

A seca avassaladora na Amazônia, considerada a segunda pior dos últimos 13 anos, tem causado um grave problema ambiental: a morte de mais de 110 botos de diversas espécies ameaçadas de extinção. A tragédia foi registrada na região de Tefé, no interior do Amazonas, e está mobilizando pesquisadores, organizações não-governamentais e agências do governo federal para buscar soluções.

A contagem das vítimas foi realizada por pesquisadores do Instituto Mamirauá, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Informações (MCTI). Eles suspeitam que a seca intensa tenha desencadeado essas mortes alarmantes. Diante dessa situação crítica, ações de resgate e operações de remoção de animais das áreas mais secas estão sendo planejadas para evitar mais perdas.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), está organizando uma operação de resgate para desencalhar botos que possam estar presos em bancos de areia ou áreas muito rasas. No entanto, a incerteza sobre as causas das mortes e o risco de eventual infecção dificultam as ações de resgate e o destino dos animais resgatados permanece uma preocupação.

Os especialistas investigam possíveis causas para essa tragédia, incluindo o aumento da temperatura da água devido à seca prolongada, levando a hipertermia nos animais, ou a presença de agentes infecciosos. Amostras de tecidos dos botos estão sendo coletadas para análises em laboratório, buscando esclarecer as razões por trás desse elevado número de mortes.

Além da estiagem, a combinação do fenômeno climático El Niño com o aquecimento das águas do Oceano Atlântico contribui para atrasar a temporada chuvosa na Amazônia, que costuma iniciar em outubro. Esse possível prolongamento da seca agrava o cenário e aumenta o temor de mais mortes de botos e outros animais, tornando o panorama futuro preocupante.

A situação, além de representar um trágico episódio para a vida selvagem na região, também destaca a urgência de enfrentar as mudanças climáticas e adotar medidas efetivas para a preservação ambiental e a conservação das espécies ameaçadas da Amazônia.

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