Ministério Público oferece denúncia contra pastor que associou autismo a “influências demoníacas” em Tucuruí
A denúncia segue afirmações controversas feitas pelo pastor em um evento da igreja no dia 12 de julho, quando ele associou o Transtorno do Espectro Autista (TEA) a influências demoníacas.
O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tucuruí, apresentou uma denúncia criminal contra o pastor Washington Almeida, da Assembleia de Deus em Tucuruí, após declarações feitas durante um evento da igreja, no dia 12 de julho. Na ocasião, o pastor associou o Transtorno do Espectro Autista (TEA) a “influências demoníacas”, o que gerou indignação e repercussão negativa nas redes sociais.
As declarações do pastor começaram a circular amplamente na internet a partir de 16 de julho, resultando em uma onda de críticas e manifestações de repúdio. Diante da repercussão, o MPPA passou a acompanhar as investigações conduzidas pela Polícia Civil, que já havia instaurado um inquérito para apurar o caso. Reuniões foram realizadas com familiares de pessoas autistas, e vídeos das declarações, bem como um pedido de desculpas posterior feito por Almeida, foram incorporados ao processo.
O dirigente local da Assembleia de Deus prestou depoimento em 19 de julho, enquanto o pastor Washington Almeida foi ouvido em 22 de julho. Durante seu depoimento, foi confirmado que as postagens ofensivas haviam sido removidas das redes sociais. No entanto, as medidas não impediram o avanço das ações legais. No dia 2 de agosto, o MPPA ajuizou uma Ação Civil Pública por danos morais coletivos contra Almeida e a Assembleia de Deus de Tucuruí, visando a reparação dos danos causados pelas declarações.
Finalmente, em 7 de agosto, o MPPA formalizou a denúncia criminal contra Washington Almeida, baseando-se na Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/15), que protege os direitos das pessoas com deficiência.