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Ministério do Meio Ambiente avalia criar área de proteção no rio Tocantins e reacende impasse sobre o Pedral do Lourenço

Projeto de derrocamento é defendido como essencial para a economia do Pará, mas pode ser barrado por nova unidade de conservação

O impasse em torno do derrocamento do Pedral do Lourenço, no rio Tocantins, ganhou novo capítulo após o Ministério do Meio Ambiente (MMA) avaliar a possibilidade de criar uma área de proteção ambiental na região. A medida, se implementada, pode inviabilizar a execução da obra, considerada estratégica para a economia do Pará e aguardada há décadas por produtores e exportadores.

A remoção das pedras no trecho entre Marabá e Barcarena é vista como fundamental para garantir a navegabilidade plena do rio Tocantins e a consolidação da Hidrovia Tocantins-Araguaia. Estudos apontam que o modal poderia transportar de 20 a 60 milhões de toneladas de carga por ano, reduzindo em até 500 mil o número de viagens de caminhões nas rodovias, além de cortar em até 30% os custos logísticos. O transporte hidroviário também é apontado como menos poluente, sendo até 20 vezes mais eficiente que o rodoviário.

Apesar de o empreendimento já possuir licença ambiental concedida pelo Ibama, a criação de uma nova unidade de conservação impõem discussões sobre os impactos socioambientais da obra. Ambientalistas defendem que a intervenção pode comprometer ecossistemas sensíveis da região, enquanto lideranças políticas e setores produtivos argumentam que a hidrovia é decisiva para a competitividade econômica do estado e para o escoamento de grãos e minérios.

O governo do Pará, por meio de ofício enviado à União, reiterou a defesa da obra e cobrou segurança jurídica para que o projeto avance. O governador Helder Barbalho afirmou em vídeo publicado nas redes sociais que a proposta de área de proteção ambiental ameaça um “projeto histórico de desenvolvimento” e que seria possível conciliar preservação com crescimento econômico.

A novela do Pedral do Lourenço, entretanto, se arrasta há anos. Entre licenças ambientais, disputas políticas e pressões de diferentes setores, o futuro da hidrovia segue indefinido. A decisão do MMA sobre a criação da área de proteção pode ser determinante para definir se o empreendimento sairá do papel ou permanecerá como promessa no debate sobre logística e sustentabilidade no Brasil.

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