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Mestre Damasceno, referência do carimbó e da poesia marajoara, morre aos 71 anos em Belém

Artista do Marajó foi autor de mais de 400 composições e criador do Búfalo-Bumbá de Salvaterra; ele estava internado desde o início de agosto

O músico e poeta popular Mestre Damasceno morreu nesta terça-feira (26), em Belém, aos 71 anos, em decorrência de pneumonia e insuficiência renal. O artista estava internado desde o dia 6 de agosto no Hospital Ophir Loyola, após complicações de saúde. Em junho deste ano, havia recebido diagnóstico de câncer em estágio de metástase.

Nascido em 1954 na comunidade quilombola do Salvá, em Salvaterra, no arquipélago do Marajó, Damasceno tornou-se referência no carimbó, nas toadas e na poesia oral. Criou o Búfalo-Bumbá de Salvaterra, manifestação junina que reúne teatro popular, tradição quilombola e elementos da natureza amazônica.

Com mais de 400 composições ao longo da carreira, acumulou reconhecimentos importantes. Em 2024, recebeu a Ordem do Mérito Cultural, a maior honraria do Ministério da Cultura. No mesmo ano, sua obra foi declarada patrimônio cultural imaterial do Estado do Pará por lei aprovada na Assembleia Legislativa.

Damasceno também teve participação no Carnaval do Rio de Janeiro. Em 2023, desfilou na Marquês de Sapucaí com a Paraíso do Tuiuti, em samba-enredo que abordava a chegada dos búfalos ao Marajó. Em 2025, integrou o desfile da Grande Rio, assinando o samba “Pororocas Parawaras: As Águas dos meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, que recebeu nota máxima e diversos prêmios.

Em fevereiro de 2024, foi empossado como imortal da Academia Marajoara de Letras, ocupando a cadeira dedicada à Tradição e Poesia Oral. Em agosto de 2025, já internado, foi homenageado na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, representado pelo assessor e fotógrafo Guto Nunes.

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