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Maranhão “abocanha” investimentos bilionários em duas ferrovias

O estado do Maranhão terá investimentos bilionários em dois trechos de ferrovias em seu território. O estado já conta com o maior trecho da Ferrovia Carajás, por onde é escoado a produção mineral das minas de Carajás, no Sudeste do Pará.

Nesta quinta-feira, 02, o governo federal recebeu duas propostas de empresas privadas para impulsionar os investimentos em ferrovias no Maranhão. O evento faz parte do programa Pro Trilhos, lançado nesta quinta em Brasília.

A VLI apresentou proposta para desenvolver um segmento entre os municípios de Estreito e Balsas, no Maranhão. Com 245 quilômetros de extensão e R$ 2,8 bilhões de investimentos previstos, o ramal se conectará à Ferrovia Norte-Sul, reforçando a logística para escoamento de carga da região do Matopiba – integrada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e com demanda de movimentação estimada em 6 milhões de toneladas/ano.

Ainda no Maranhão, a Grão Pará pediu autorização federal para construir e operar trecho ferroviário entre os municípios de Alcântara e Açailândia, com aproximadamente 520 quilômetros e investimento previsto de R$ 6,5 bilhões. O empreendimento será interligado ao extremo norte da Ferrovia Norte-Sul, criando opção logística para a exportação de grãos e minério.

Os requerimentos foram apresentados ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Agora, as solicitações começam a ser avaliadas pelo MInfra, responsável por emitir as autorizações, caso os empreendimentos cumpram todos os requisitos exigidos pelo Governo Federal, nos termos da MP 1.065, publicada em 30 de agosto. As autorizações ferroviárias têm potencial de aumentar a participação do modal dos atuais 20% para 40% da logística nacional de transportes até 2035.

FERROVIA PARAENSE ANDA LENTAMENTE

Enquanto o setor privado investe em construção de ferrovias no estado vizinho, o Pará ainda tenta viabilizar a ferrovia paraense. Depois de ter o traçado original ser cortado em quase pela metade, nesta sexta-feira, 03, o governo do Pará anunciou que fará audiências públicas para receber contribuições da população e agentes privados.

Segundo o governo do estado, a licença prévia do projeto “Ferrovia do Pará” tem avançado nas pesquisas, em que se avalia a viabilidade do tronco principal do projeto, que deve ter 515 km de extensão, passando pelos municípios de Abaetetuba, Acará, Barcarena, Moju, Tailândia, Abel Figueiredo, Dom Eliseu, Ipixuna do Pará, Paragominas, Rondon do Pará, Tomé-Açu e Bom Jesus do Tocantins.

O município de Paragominas deve receber um terminal multimodal na região do Capim, visto que houve um crescimento significativo na produção de grãos na cidade. Se confirmada, a obra vai tornar ainda mais competitiva a produção de sementes na região.

Já no município de Marabá vai ocorrer a conexão entre a nova Ferrovia e a Ferrovia Ferro Carajás. Cerca de 64 km da conexão em Bom Jesus do Tocantins devem chegar à cidade, que poderá receber carga dos cerca de 140 km de extensão da Ferro Carajás, podendo ir até o Sul do Pará.

A partir da finalização do projeto executivo do tronco principal da Ferrovia é que poderá ser feita a chamada pública para a obra. Os municípios de Marabá, Bom Jesus do Tocantins, Paragominas e Barcarena devem receber os terminais multimodais para recepção de cargas. Outros municípios que demonstrarem viabilidade técnica e econômica poderão ser incluídos no projeto.

Além da Ferrovia Paraense, está prevista também a construção da Ferogrão no Sudoeste do Pará, no entanto, o projeto enfrente resistências de ONGs ambientalistas, indígenas e comunidade internacional. O processo encontra-se parado por causa do Supremo Tribunal Federal (STF).

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