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Marajó registra o dobro de crimes contra crianças em comparação com outras regiões do Pará, aponta MPPA

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) divulgou dados alarmantes sobre a incidência de crimes contra crianças e adolescentes na Região de Integração (RI) do Marajó, revelando que essa área concentra quase o dobro de casos em comparação com outras regiões do estado. Essa constatação surge após a repercussão nacional das declarações da cantora Aymeê sobre o tráfico de órgãos na região.

Segundo o relatório do MPPA, baseado em informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Pará apresenta uma taxa preocupante de 3.648 casos de crimes contra crianças e adolescentes, ultrapassando a média nacional de 2.449 casos. Esses números colocam o estado como o sétimo no ranking nacional em relação a esse tipo de crime, com uma média de quase 10 casos por dia.

No Arquipélago do Marajó, a situação é ainda mais grave, com uma incidência significativa de violência sexual, agravada pelos baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da região. Em 2022, as 17 cidades marajoaras registraram 550 desses 3.648 crimes, enquanto as 11 regiões restantes compartilharam os 3.098 casos restantes, resultando em uma média de 281 casos para cada região. A diferença média é de 51%.

O MPPA também destacou a divisão do Marajó em duas regiões. Na região I (Marajó Oriental), que inclui municípios como Soure, Cachoeira do Arari, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra e Santa Cruz do Arari, foram registrados 159 crimes contra crianças em 2022.

Tipos de crimes cometidos no Marajó Oriental em 2022 – Fonte: MPPA

Enquanto isso, na região II (Marajó Ocidental), que abrange cidades como Breves, Afuá, Anajás, Bagre, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Portel, Oeiras do Pará e São Sebastião da Boa Vista, foram registrados 391 crimes.

Tipos de crimes cometidos no Marajó Ocidental em 2022 – Fonte: MPPA
Crimes por comarca no Marajó Ocidental em 2022 – Fonte: MPPA

O alto número de casos de crimes contra crianças e adolescentes na região levanta preocupações sobre subnotificação, com o MPPA destacando que muitas vítimas têm receio de denunciar devido a questões psicológicas e estigmas. Os promotores de Justiça enfatizaram a necessidade urgente de políticas públicas para enfrentar esses problemas, apontando o baixo investimento socioeconômico como uma das principais causas dos desafios enfrentados pela população marajoara.

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