Jovem atriz paraense descoberta na periferia de Belém é ovacionada em Veneza por estreia no cinema
Jamilli Correa, de 13 anos, emociona público no Festival de Veneza com sua atuação no filme Manas, dirigido por Mariana Brennand.
A carreira da jovem atriz paraense Jamilli Correa tomou um rumo inesperado e brilhante. Descoberta em uma seleção na periferia de Belém, a adolescente de 13 anos foi aclamada no prestigiado Festival de Cinema de Veneza por sua atuação no filme Manas, da diretora brasileira Mariana Brennand. A produção, que marca a estreia de Brennand em longas-metragens de ficção, foi recebida com aplausos prolongados após sua exibição nesta segunda-feira (2), consagrando Jamilli como uma das grandes revelações do cinema nacional.
Sem nenhuma experiência prévia em atuação, Jamilli foi selecionada entre centenas de adolescentes da região metropolitana de Belém para dar vida à personagem Marcielle, uma jovem que enfrenta as violências arraigadas em sua comunidade. Sua performance tocante e natural impressionou a audiência e críticos presentes no festival, destacando seu potencial como uma nova estrela do cinema brasileiro.
A experiente atriz paraense Dira Paes, que também integra o elenco do filme ao lado de Fátima Macedo, Rômulo Braga e outros artistas da Amazônia, mostrou seu orgulho pela jovem atriz. “Nasce uma estrela”, comentou Dira em uma postagem no Instagram, comparando Jamilli ao início de sua própria carreira.
A trama de Manas é centrada na vida de Marcielle, uma jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó, no Pará. A história aborda o confronto da protagonista com a realidade dura e violenta que permeia sua comunidade, especialmente em relação às mulheres. Marcielle, que inicialmente idealiza a figura da irmã mais velha que deixou a região em busca de uma vida melhor, eventualmente se vê obrigada a enfrentar as mesmas circunstâncias que moldaram o destino de tantas outras mulheres ao seu redor.
Após a exibição, a diretora Mariana Brennand não escondeu a emoção ao falar sobre a recepção calorosa do público em Veneza. “Foi uma comoção coletiva. Eu senti as pessoas muito tocadas pela história, acompanhando cada respiração de Marcielle em sua jornada. Os aplausos ininterruptos no final nos deixaram sem fôlego”, comemorou.