Imagine um país que tem tudo: um estado de bem-estar social que cobre todas as necessidades básicas dos moradores, uma renda per capita de quase US$ 89.000 e o maior fundo soberano do mundo, criado com a venda do petróleo e gás do Mar do Norte.
Desde 2014, todos os 5 milhões de noruegueses são tecnicamente milionários devido a este fundo, recebendo mais de um milhão de coroas norueguesas por habitante. O país também é conhecido por ser um dos menos corruptos do mundo, ocupando o quarto lugar no índice da Transparência Internacional.
No entanto, esses benefícios vêm com um custo alto, resultado de um contrato social que faz com que as pequenas, homogêneas e igualitárias populações se vejam como sócias de um clube exclusivo, pagando uma mensalidade cara para desfrutar de muitas vantagens.
Recentemente, o governo do Partido Trabalhista de centro-esquerda aumentou o imposto sobre riqueza em 0,1%, o que provocou reclamações até mesmo de quem está acostumado com altos impostos. O jornal Dagens Naeringsliv relatou que muitos dos muito ricos que deixam o país foram para a Suíça, que é um dos poucos países europeus a cobrar imposto sobre fortuna.
Alguns cantões suíços oferecem vantagens fiscais às pessoas que residem no país e mantêm atividade profissional no exterior. A taxação de fortunas é uma das bandeiras da esquerda, embora demagógica, e pode ser impopular.
A França, por exemplo, acabou com esse imposto apenas em 2017, depois que 60 mil milionários franceses deixaram o país entre 2000 e 2016. O imposto sobre fortuna acaba provocando o efeito oposto ao desejado, espantando muitos dos que poderiam justamente criar as riquezas que beneficiariam todo o país.



