Imagens do lixo nas praias de Salinas viralizam e trazem vegonha ao Pará da COP30
Carros na areia, poluição sonora e toneladas de lixo: falta de consciência ambiental ameaça ecossistema marinho às vésperas da COP 30
A cada verão, a situação nas praias de Salinópolis, no litoral do Pará, parece se agravar. Carros invadem a areia, incluindo áreas de preservação, essenciais para a desova de tartarugas marinhas. Além disso, grandes paredões automotivos causam poluição sonora, enquanto a falta de conscientização dos banhistas resulta no descarte de toneladas de lixo, como garrafas de vidro e plásticos, que acabam sendo levadas para o mar pela correnteza, prejudicando gravemente o ecossistema marinho.
Vídeos e fotos da situação viralizaram nas redes sociais, levantando questionamentos sobre o comprometimento do Pará com a preservação ambiental e a promoção da conscientização e respeito à natureza. Este cenário ocorre pouco mais de um ano antes da realização da COP 30, o maior evento mundial sobre meio ambiente, que será realizado na capital, Belém, a cerca de 200 km de Salinas.
“Essa é a praia mais frequentada do Pará no mês de julho. É muito vergonhoso! É tão absurdo que, no estado que quer se tornar exemplo de preservação ambiental e sustentabilidade, isso seja aceitável”, questionou uma internauta.
Até o momento, nem a prefeitura de Salinas nem o Governo do Pará se pronunciaram sobre o assunto. Nesta segunda-feira, 15, enquanto as imagens do lixo deixado por banhistas no segundo final de semana de julho viralizavam, uma coletiva de imprensa em Belém com a família Schurmann esclarecia temas relacionados à preservação ambiental. Retirar o plástico dos oceanos sempre foi um dos pilares das expedições da família. Desta vez, um estudo inédito sobre a presença de microplásticos em organismos marinhos, como ostras e mexilhões, está sendo realizado, com previsão de apresentação dos resultados durante a Conferência do Clima da ONU, em Belém.

A primeira expedição terrestre do grupo, formada exclusivamente por mulheres, percorreu 70 dias e quase 10 mil quilômetros da costa brasileira, coletando 891 amostras de bivalves em mais de 20 cidades, desde Santa Catarina até o Pará. A iniciativa, denominada Voz dos Oceanos, visa à preservação dos mares.
É paradoxal que o estado apoie uma pesquisa de tamanha relevância enquanto não toma medidas eficazes para organizar a praia do Atalaia, em Salinas. O litoral do Pará tornou-se um grande ponto de despejo de poluentes nos oceanos. Como a família Schurmann reagiria ao ver as imagens do lixo em Salinas?
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