O homem que destruiu o relógio de Balthazar Martinot, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), durante as invasões e depredações aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro, foi preso na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, pela Polícia Federal (PF) na noite de segunda-feira, 23. Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos, é morador de Goiás, e já foi preso outras duas vezes.
Ele será levado à sede da PF na cidade mineira e deve ser transferido para Brasília, nesta terça-feira, 24.
Testemunhas reconheceram o homem flagrado destruindo relógio de Dom João VI. O mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira é fascinado por Jair Bolsonaro e tocava o Hino Nacional por 3 horas consecutivas todo santo dia, afirmam os vizinhos, disse O Globo.
Segundo a PF, “a prisão preventiva foi solicitada pela Polícia Federal e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da Operação Lesa Pátria. O preso será interrogado na delegacia de Polícia Federal do município mineiro e passará por audiência de custódia virtual. Posteriormente, será encaminhado ao sistema prisional daquela cidade”.
O Ministério da Justiça chegou a confirmar a identidade do criminoso e informou que ele era considerado foragido até o início de segunda-feira, 23. Mais cedo, durante coletiva de imprensa, o ministro da Justiça, Flavio Dino, informou que “os eventos do dia 8 têm vários mandados de prisão em aberto, que a qualquer momento serão cumpridos, entre os quais o do senhor que quebrou o relógio”.
O relógio de pêndulo do século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro do rei Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.
Reconhecido por testemunhas como o homem que destruiu o relógio de Dom João VI durante a invasão golpista em Brasília, Antônio Cláudio abandonou há duas semanas a casa que alugava em Catalão, no interior de Goiás, deixando para trás uma série de elementos que ajudaram a traçar o perfil dele.
Fonte: O Globo