Há um ano Belém perdia a emblemática samaúma do CAN
A queda da emblemática samaúma do CAN (Centro Arquitetônico de Nazaré) há exatos 12 meses atrás deixou Belém em comoção coletiva. A árvore, com quase 200 anos de idade, era uma testemunha viva da história da cidade e um símbolo de afeto e identidade para os belenenses.
O ocorrido não foi apenas a queda de uma árvore, mas a perda de um ícone que representava muito para cidade. A samaúma era conhecida não apenas pela sua imponência e beleza, mas também por abrigar anualmente bandos de periquitos em sua migração de verão, além de ser o ponto final da procissão do Círio, um dos eventos mais importantes da Amazônia.
A comoção foi ainda maior devido ao fato de que a queda ocorreu durante a madrugada, evitando possíveis danos graves, já que a área onde a árvore estava localizada é bastante movimentada durante o dia. Nas redes sociais, moradores de Belém viveram sua tristeza e admiração pela árvore, comparando sua queda ao velório de uma pessoa querida.
A Secretaria de Meio Ambiente de Belém mobilizou equipes para remover os grandes galhos da árvore caída, uma operação que levou três dias devido às dimensões da samaúma. Durante esse período, muitos cidadãos compareceram ao local para prestar suas homenagens e, emocionados, solicitaram pedaços da árvore como lembrança. A distribuição desses fragmentos foi vista como uma forma de preservar a memória da árvore e suas histórias associadas.
A samaúma, ou sumaúma, como também é conhecida, é uma árvore icônica da região amazônica, carregada de significados culturais e simbólicos para os povos indígenas e ribeirinhos. Sua imponência, beleza e importância ecológica a tornam um elemento fundamental na paisagem e na identidade da Amazônia.
Além disso, a árvore desempenha um papel crucial na ecologia regional, contribuindo para o ciclo das águas e para a manutenção da biodiversidade. Suas raízes monumentais são capazes de armazenar grandes quantidades de água, influenciando diretamente no regime hídrico e na formação dos chamados “rios voadores”, responsáveis por transportar umidade para diversas partes do Brasil.