Entre novembro de 2023 e fevereiro deste ano, as oito cidades que compõem a região metropolitana de Belém enfrentaram uma média de uma morte por dia causada por arma de fogo, conforme revela um levantamento do Instituto Fogo Cruzado divulgado na última quarta-feira (13). As informações foram divulgadas pela Folha de São Paulo.
Durante esse período de cem dias, foram registrados 147 tiroteios, resultando em 114 mortos e 38 feridos. Surpreendentemente, em 83% dos casos de tiroteios, alguém foi atingido. Outro dado alarmante é que 4 em cada 10 casos envolveram policiais.
A cidade de Barcarena, em particular, viveu uma situação ainda mais grave, onde todas as nove pessoas baleadas durante o período acabaram perdendo suas vidas.
Os números foram coletados de 4 de novembro de 2023 a 11 de fevereiro de 2024. O monitoramento é feito através do aplicativo do instituto e outras fontes de informação, mostrando uma realidade marcada pela violência e pela necessidade de intervenção.
O estudo revela que 21 ataques sobre rodas ocorreram durante esse período, resultando em 18 mortes e oito feridos. Esse tipo de ataque, segundo o instituto, é característico de disputas entre grupos criminosos e representa uma ameaça à segurança pública.
Apesar da gravidade dos números, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará contesta a metodologia do estudo, destacando uma suposta redução nos homicídios e mortes por intervenção policial em 2023, em comparação com o ano anterior.
Belém, cuja taxa de homicídios já é considerada alta, enfrenta desafios crescentes no campo da segurança pública, com a presença de facções criminosas disputando territórios e rotas de tráfico de drogas. A chegada de organizações como o Comando Vermelho à região metropolitana nos últimos anos agravou ainda mais o cenário.