O Governo do Pará anunciou que as obras de pavimentação de 50 ruas do bairro Tapanã, em Belém, seguem em ritmo acelerado como parte do projeto “Asfalto COP”, iniciativa ligada à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) e realizada em parceria com o governo federal e Itaipu Binacional. Apesar do investimento significativo — R$ 166 milhões destinados à pavimentação de 126 quilômetros em 35 bairros da capital —, as intervenções têm gerado críticas devido à ausência de infraestrutura de saneamento básico.
Imagens da obra indicam que as ruas estão sendo asfaltadas sem a instalação prévia de redes de drenagem e esgoto. A falta de calçadas adequadas também chama a atenção, uma vez que as margens das ruas ainda apresentam valas abertas, expondo os moradores ao esgoto a céu aberto. A situação contraria as diretrizes de urbanização de áreas precárias, onde o saneamento deveria ser uma prioridade antes da pavimentação.
Projeto “Asfalto COP” em xeque: riscos de desperdício e falta de planejamento
As obras no Tapanã são parte de um projeto que promete deixar um “legado da COP” em Belém, mas que, sem a devida infraestrutura de saneamento, pode acarretar problemas de alagamento e contaminação, além de um possível desperdício dos recursos investidos. Moradores e especialistas questionam a viabilidade a longo prazo do “Asfalto COP” e se o valor empregado resultará em melhorias reais para a comunidade, que ainda convive com esgoto a céu aberto e problemas estruturais básicos.
A preocupação dos moradores é de que, sem um sistema adequado de drenagem, o asfalto seja danificado em pouco tempo, exigindo novas obras e comprometendo o investimento inicial.