O goleiro Bruno Fernandes foi à Delegacia de Flagrantes de Rio Branco (Defla), no Acre, no início da noite desta terça-feira, 8, registrar um Boletim de Ocorrência (BO). Bruno reclamou que a tornozeleira eletrônica machucou seu tornozelo durante o treino do dia no estádio José de Melo e pediu um exame de corpo de delito.
A informação foi confirmada pelo delegado plantonista da Defla, Frederico Tostes. O Boletim de Ocorrência foi registrado como preservação dos direitos, quando não há crime.
O goleiro Bruno usa o equipamento desde sexta-feira, 4, após decisão da Justiça. Segundo o empresário dele, Bruno Kling, o atleta colocava a tornozeleira apenas no período da noite.
Porém, na segunda-feira, 7, a Justiça do Acre determinou que Bruno use a tornozeleira eletrônica de forma ininterrupta, durante o cumprimento da sua pena em regime semiaberto no Estado, inclusive durante os treinamentos e jogos do Rio Branco Football Club, o Estrelão.
“Ontem chegou ao Iapen para fazer a colocação e determinaram que não iam tirar mais porque veio uma ordem de cima, não deram um documento para gente dizendo que foi do juiz, mas como a gente olhou no processo dele não tinha nenhuma outra decisão além da primeira, que autorizava ele a tirar se houvesse algum tipo de problema para jogar”, afirmou o advogado Kling.
A decisão, divulgada nessa segunda-feira, 7, é do juiz da Vara de Execuções Penais, Hugo Torquato, após um pedido do Ministério Público do Acre (MP-AC).
O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) informou que a assessoria do juiz da Vara de Execuções Penais disse que Bruno precisaria entrar com uma petição para retirar o aparelho em casos específicos. Não sendo necessário, Bruno deve ficar constantemente com a tornozeleira.
O goleiro foi contratado pelo Estrelão no final do mês de julho em meio a uma onda de protestos.
Liminar – Na tarde de terça-feira, 8, o advogado Jair de Medeiros entrou com uma liminar pedindo a suspensão do uso contínuo do aparelho por Bruno. O pedido foi acatado pela Vara de Execuções Penais e o goleiro foi retirar a tornozeleira duas horas antes dos treinos e jogos e colocar só depois.
A liminar é válida por 30 dias. “Desde ontem [segunda, 7] colocou a tornozeleira direto, foi treinar hoje e feriu um pouco, machucou e, agora à noite, foi deferida a liminar em favor dele e amanhã [quarta, 9] ele vai tirar duas horas antes e colocar duas horas depois do jogo. A bola bate muito no tornozelo do goleiro, ele cai muito e um equipamento custa caro”, criticou o advogado.
Homicídio – O goleiro Bruno Fernandes, de 35 anos, foi condenado pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Ele também havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas esta pena foi extinta porque a Justiça entendeu que o crime prescreveu. As penas somadas chegaram a 20 anos e 9 meses de prisão.
Fonte: G1