Fim do lockdown, volta do lockdown…. Helder parece estar perdido no combate ao Covid-19
Em vídeo publicado na tarde desta quarta-feira, 03, o governador Helder Barbalho informou que não descarta aplicar novamente lockdown caso os índices de isolamento no estado permaneçam baixo. Nesta terça-feira, 02, por exemplo, Belém registrou apenas 39% de isolamento.
O fim do lockdown na região metropolitana de Belém e o plano de reabertura econômica foram motivados pela queda de casos e mortes e foi baseado em estudo divulgado pelo governo do estado. Na reportagem da Agência Pará que fala sobre esse estudo, é citado que ele foi feito pela UFRA e pela UFPA, com apoio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Fundação Amazônia de Apoio a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará (Prodepa).
No entanto, nesta terça-feira a UFPA desmentiu que teria participado do estudo que deu suporte para o governo do Pará lançar o plano de reabertura econômica. De acordo com a universidade, estudo é de inteira responsabilidade da UFRA.
Além disso, a UFPA publicou um outro estudo que questionada a queda de casos e óbitos na região metropolitana de Belém. O documento conclui que não há como garantir uma queda na curva de contaminação no Estado. “Não há como afirmar inequivocamente que o Pará ou a região metropolitana de Belém esteja já na curva decrescente da pandemia. Assim, com base na prudência, em não havendo vacina ou medicamentos comprovadamente eficazes, a única estratégia para desacelerar a pandemia continua sendo o isolamento social.”
QUESTIONADO TAMBÉM PELA JUSTIÇA
A inconsistência dos dados apresentados pela SESPA e o alto número de casos subnotificados, também geram questionamentos do Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU).
“Na verdade, a subnotificação é tamanha que, recentemente, no dia 28 de maio, foram divulgados, de uma única vez pelo Estado do Pará, impressionantes 15 mil casos e quase mil óbitos que se encontravam subnotificados”, exemplificam. A subnotificação de casos e mortes, o que fragiliza os dados utilizados pelos modelos matemáticos que preveem a disseminação da doença.
Os dois órgãos afirmam, que ao relaxar as regras do isolamento, o governo do Estado ignorou informações de um dos estudos utilizados e não respeitou critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), ressaltam no documento enviado à Justiça Federal.
São citadas pesquisas científicas que indicam ser precipitado considerar que a taxa de contágio no Pará está estável ou em diminuição como a nota técnica da UFPA.
Também foi novamente pedida decisão judicial, que determine melhoria da transparência sobre os dados relativos à elaboração e execução de políticas públicas de enfrentamento ao novo coronavírus.
Com tantos questionamentos pela academia e pelos órgãos de justiças, além do próprio governador admitir que pode voltar a adotar medidas restritivas, geram uma preocupação na população se esta retomada está sendo baseada com bons argumentos científicos e não políticos. Helder parece estar perdido na condução do combate à pandemia no estado do Pará.



