A Federação das Indústrias do Pará (FIEPA) não se posicionou nas eleições presidenciais de 2022, optando por adotar uma postura neutra diante da plateia. Isso ocorreu devido a questões políticas que prevaleceram, levando em consideração a relação entre a classe empresarial e o Estado.
No entanto, essa falta de posicionamento está agora cobrando seu preço e impactando negativamente o estado do Pará, que se vê limitado pelo governo Lula. Projetos de infraestrutura e investimentos estão sendo deixados de lado, prejudicando o desenvolvimento do estado.
Durante a campanha de Lula, ficou claro que as questões ambientais seriam uma das principais prioridades do novo governo, o que teria um impacto direto na Amazônia. Estamos presenciando isso acontecer diante dos nossos olhos, com a recusa da exploração de petróleo na Foz do Amazonas e as dificuldades enfrentadas para a concretização de projetos cruciais para o desenvolvimento do Pará, como a Ferrogrão e o Derrocamento do Pedral do Lourenço.
Além disso, outro fator a considerar é a disposição de Marina Silva em colocar esses projetos em segundo plano, assim como uma parte da imprensa nacional, da classe artística e também dos europeus.
A FIEPA emitiu uma nota de repúdio, porém, tarde demais. Isso não irá reparar o dano já causado ao crescimento do estado do Pará. A nota é repleta de lamentações e ressentimento, como se outras regiões do Brasil fossem culpadas pelo nosso subdesenvolvimento. É importante lembrar que o Pará contribuiu para a vitória de Lula, e essa vitória contou com a participação da nossa classe política e empresarial, que optou pela neutralidade nas eleições de 2022.
Outro ponto importante, que não foi mencionado no manifesto da FIEPA, é a cobrança e a pressão sobre os parlamentares paraenses. Em vez de lamentar a suposta “relação de colonialismo” que o Pará sofre, seria mais justo cobrar da nossa classe política que faça alguma coisa em prol do Pará, já que todos comemoram influência de políticos paraenses no atual governo.
O mais importante aqui é trabalhar para uma mudança de postura da população paraense, especialmente dos municípios no norte do estado. É preciso entender que o melhor caminho para o desenvolvimento econômico e social passa pela melhoria do ambiente de negócios e da infraestrutura. No entanto, o que a FIEPA faz além de buscar atender aos próprios interesses dos empresários? É importante romper com esse estereótipo de “clube de industriais ricos” e buscar uma realidade diferente.
Como disse Mises:
“A grande maioria dos empresários realmente deseja que o Estado os proteja da concorrência e garanta uma parcela de lucro garantida, permitindo-lhes desfrutar da vida sem preocupações ou constantes esforços para melhorar os serviços prestados aos consumidores”.
O que os nossos empresários realmente desejam são subsídios (ou empréstimos subsidiados com os impostos da população) que lhes concedam vantagem no mercado, tarifas protecionistas que os isolem da concorrência nacional e estrangeira.
VEJA A NOTA DA FIEPA: