Em um cenário onde o desmatamento e a expansão agrícola são temas frequentes, um fazendeiro de Paragominas destaca-se por adotar uma abordagem diferente: preservar a floresta como parte essencial de sua atividade pecuária. Para ele, ter floresta em pé não é apenas uma prática, mas um verdadeiro estilo de vida.
Desde 2012, o fazendeiro vem implementando o que chama de “enriquecimento de reserva legal”, plantando árvores dentro das florestas e em áreas de preservação permanente (APPs). Essa iniciativa vai além da simples conservação, buscando compreender a biodiversidade florestal e integrá-la às pastagens, visando um modelo sustentável de produção.
Com uma área de produção de aproximadamente 870 hectares, sendo 340 hectares destinados às pastagens, o fazendeiro já plantou mais de 36 mil mudas de árvores nativas em corredores dentro dos pastos. Surpreendentemente, ele observa a natureza agindo em reciprocidade, com sementes germinando naturalmente entre as mudas plantadas, criando corredores arborizados de forma espontânea.
O compromisso com a preservação ambiental vai além dos interesses individuais do fazendeiro. No estado do Pará, onde cerca de 15,5% do território é ocupado por áreas de pastagens, a conscientização sobre a importância da floresta é fundamental. O Pará detém o segundo maior rebanho bovino do país e já foi alvo de severas sanções devido ao desmatamento, mas iniciativas como a do fazendeiro de Paragominas indicam uma mudança de paradigma.
Para o fazendeiro, a floresta é mais do que um recurso a ser explorado, é a resposta para garantir a sustentabilidade da atividade pecuária no longo prazo. Sua trajetória inclui experiências marcantes, como o período em que o estado foi considerado um dos maiores desmatadores do país, o que o levou a repensar suas práticas e se engajar em movimentos pela conservação ambiental.
Mesmo sem se considerar um ambientalista, o fazendeiro reconhece a importância de preservar o meio ambiente como parte integrante de sua atividade produtiva.
