Fafá de Belém celebra quase 50 anos de carreira: “Nunca bati palma para mané”
Cantora paraense reflete sobre sua trajetória, o Círio de Nazaré e a preservação da Amazônia em entrevista exclusiva
Prestes a completar 50 anos de carreira em 2025, Fafá de Belém reflete sobre sua trajetória artística e os desafios enfrentados como mulher nortista na cena musical brasileira. Em entrevista, a cantora paraense relembra momentos marcantes de sua carreira e reforça seu papel como divulgadora da cultura do Pará. Com seu projeto “Varanda de Nazaré”, Fafá oferece há 14 anos um espaço especial para acompanhar a maior procissão católica mariana do mundo, o Círio de Nazaré, que ocorre em Belém e atrai milhões de devotos.
“A nossa culinária não havia sido descoberta e nem se sonhava com a COP30. Nos meus 50 anos de carreira, eu sempre trouxe gente para assistir ao Círio e todos voltavam maravilhados com a potência da procissão”, declarou a cantora.
Além do “Varanda de Nazaré”, Fafá também realiza o II Fórum Varanda da Amazônia, evento que discute a preservação ambiental e o futuro da Amazônia. A conferência acontece às vésperas da COP30, que será realizada em Belém em 2025 e deverá reunir líderes globais para tratar das mudanças climáticas. Para Fafá, o fórum é uma oportunidade de destacar a riqueza cultural e a importância da preservação do bioma amazônico.
Sobre seus 50 anos de carreira, Fafá, que começou aos 18 com a canção “Filho da Bahia” na trilha sonora da novela Gabriela (1975), destaca a força de suas convicções: “Nunca negociei a minha alma, nunca fiz graça, nunca bati palma para mané. Isso, às vezes, te traz alguns isolamentos, mas constrói uma carreira sólida.”
Mesmo após um acidente que a obrigou a se apresentar em uma cadeira de rodas em Portugal recentemente, Fafá não perdeu o fôlego. A cantora segue ativa e cogita até a gravação de um álbum de rock, uma de suas paixões. Ela garante que, apesar dos desafios, a essência da jovem artista de Belém permanece a mesma: “Sou a mesma menina que saiu do Pará, brava, com posicionamentos claros, e sigo caminhando para frente.”