O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar) confirmou que o ex-BBB 24 e atual influenciador digital Matteus Amaral burlou o sistema de cotas ao se declarar preto para ingressar no curso de bacharelado em Engenharia Agrícola. As informações são da Folha de São Paulo.
Em 2014, Matteus Amaral Vargas ingressou no curso de Engenharia Agrícola oferecido em conjunto com a Unipampa, utilizando as vagas destinadas a candidatos pretos/pardos. Essa informação está detalhada no Edital no 046/2014, que é público e contém o resultado da seleção para o curso naquele ano.
O IFFar destacou que, de acordo com a Lei de Cotas de 2012, na época, o único documento exigido para inscrição nas cotas era a autodeclaração do candidato. “Assim como em outras instituições federais de ensino, não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato”, informou a instituição.
Naquele período, a universidade dependia de denúncias para tomar conhecimento de possíveis fraudes e iniciar processos administrativos. No caso de Matteus, nenhuma denúncia foi feita na época de sua inscrição.
Desde então, a política de cotas foi aperfeiçoada, e atualmente, o IFFar implementou a heteroidentificação, um mecanismo adotado desde as seleções de 2022 para ingresso em 2023. Cada campus agora possui uma comissão composta por três titulares e dois suplentes para atuar nos processos de seleção dos estudantes.
Até o momento da publicação, Matteus Amaral não havia se pronunciado sobre as acusações. Contudo, na última quinta-feira (13), ele acidentalmente publicou um vídeo nos stories em que sua mãe aparece comentando sobre o caso. No vídeo, sua mãe diz: “Já ouvi dizer que isso aí não dá nada, se eu me declarei negra, sou negra”. O vídeo foi rapidamente apagado, mas internautas conseguiram recuperá-lo e publicá-lo no X (antigo Twitter).
Um documento de 2014, disponível no site do IFFar, confirma que um estudante chamado Matteus Amaral Vargas, o mesmo nome do ex-BBB, estava matriculado no curso de Engenharia Agrícola em Alegrete. No documento, o estudante se declarou como “preto”.
As informações do curso, data e instituição coincidem com os relatos de Matteus, que afirmou ter trancado a faculdade no quinto semestre.
