O repórter Fabiano Villela anunciou neste domingo, 02, sua saída da TV Liberal, afiliada da Globo no Pará. Foram 13 anos como repórter de rede da emissora, mais de mil reportagens levando as notícias do Pará para o Brasil todo.
Natural do Rio de Janeiro, Fabiano Villela trabalhou na Globo Rio entre 2005 e 2009. Em 2010, ele foi convidado pela direção de Jornalismo da emissora líder para atuar como repórter de rede na capital do Pará, onde ficou até este mês. Ele é o terceiro profissional de fora do Estado a ocupar o posto na afiliada, que já contou com Jonas Campos, do Rio Grande do Sul, e Roberto Paiva, de São Paulo. A informação sobre a saída do jornalista da TV Liberal foi divulgada primeiramente pela colunista Dedé Mesquita, de Belém.
“No fim de 2009, fui convidado pela direção de Jornalismo para assumir a vaga de repórter do Jornal Nacional no Pará. Poderia ter continuado na Globo Rio, mas considerei a proposta um desafio importante para a minha carreira e aceitei. Estou aqui desde janeiro de 2010 e feliz”, disse o jornalista ao site da afiliada em 2014.
Fabiano passará a integrar a Globo Minas Gerais, afiliada própria da Rede Globo, portanto, a mudança pode ser visto como uma promoção , uma vez que Fabiano ganhou destaque mostrando pautas sobre a Amazônia. Em 2022, uma reportagem produzida por Fabiano Vilella ficou entre três finalistas do prêmio Covering Climate Now, na Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, na categoria Vídeo-Cobertura Diária. A emissora paraense foi a única representante brasileira concorrendo com a produção “Amazônia apresenta diversos pontos de queimadas e cicatrizes deixadas pelo desmatamento”, exibida dentro do Bom Dia Brasil no dia 20 de setembro de 2021. A reportagem mostrou como incêndios e o desmatamento se alastram pela porção sul da Floresta Amazônica, mesmo sendo área protegida por lei. O vencedor da categoria foi o canal Al Jazeera English.
Nas redes sociais, com a bandeira do Pará e o fundo a Praça da República, Fabiano publicou um emocionado texto de despedida, destacando como a Amazônia e a cultura paraense mudaram sua vida. Confira:
Depois de 13 anos em Belém, um convite me fez tomar um novo rumo na carreira.
Encerro meu ciclo no Pará e na TV Liberal com a gratidão e a certeza do dever cumprido. Mais de mil reportagens em rede nacional e outras tantas nos telejornais locais, conhecendo esse “país” chamado Pará de ponta a ponta.
A Amazônia transformou minha vida e carreira. Me trouxe uma dimensão dos diferentes Brasis que abrigamos. A descoberta da maior floresta tropical do mundo, onde tudo é superlativo. Viver na Amazônia é reprogramar as noções de tempo e espaço. É compreender sua extrema importância pro presente e o futuro da humanidade. E talvez mais importante que a floresta, é se conectar e defender os direitos de quem vive nela. Desde os mais vulneráveis, assim como os povos das cidades, em particular da querida capital Belém, lugar único, que me deu afeto, amigos e família. Com uma equipe maravilhosa de campo e da redação, foram muitas aventuras por esse Parazão.
Cobri desmatamentos, queimadas, conflitos no campo, todo tipo de violação de direitos humanos, enfim, uma usina de pautas que talvez não haja em nenhuma outra região do Brasil. Mas também tive a satisfação de mostrar a potência da nossa biodiversidade, os talentos, as pesquisas em diversos campos de conhecimento, as oportunidades que a Amazônia oferece em um contexto de economia sustentável. E ainda a gastronomia ímpar, as belezas naturais, a cultura vibrante e é, claro, o Círio de Nazaré… Espero ter contribuído com a busca por justiça social e ambiental, numa região ainda muito carente de estrutura e oportunidades, mas com um potencial extraordinário.
Agradeço a parceria de todos os colegas e amigos da TV Liberal, desde a copa até a chefia, em especial à turma da externa e do núcleo de rede.
E sobre Belém… sentirei falta da família e dos amigos que me acolheram, da chuva da tarde, dos passeios no Combu, do pôr do sol na Baía do Guajará, das delícias da culinária, do açaí batido na hora, dos sotaques e das gírias pai d’égua!Agora começa um novo ciclo, mas a Amazônia e o Pará estarão pra sempre no meu coração!
Muito obrigado 
