A extração ilegal de madeira no Pará registrou um aumento preocupante, passando a representar 42% do total explorado no estado entre agosto de 2022 e julho de 2023. Segundo um estudo que cruzou imagens de satélite com as autorizações para a atividade, a área de extração irregular cresceu 22% em relação ao período anterior, totalizando 21,8 mil hectares.
Os dados, obtidos pelo Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), mostram que o Pará teve 52,1 mil hectares de extração de madeira durante o último “calendário de desmatamento”, período que se estende de agosto de um ano até julho do ano seguinte. Embora tenha havido um aumento de 46% na exploração madeireira legalizada, com 30,2 mil hectares autorizados, a atividade irregular ainda representa uma ameaça significativa ao meio ambiente e às comunidades tradicionais.
A pesquisa também destacou a vulnerabilidade da Reserva Indígena Amanayé, no município de Goianésia do Pará, que tem sido a mais afetada pela extração ilegal desde 2020. Nos últimos três anos, quase 3 mil hectares da reserva foram explorados ilegalmente, comprometendo a segurança e o modo de vida do povo amanayé.
Além dos impactos em territórios indígenas, o estudo revelou que a maior parte da extração ilegal ocorreu em imóveis cadastrados, que somaram 15,6 mil hectares, um aumento de 17% em relação ao período anterior. A situação é igualmente grave em assentamentos, onde a atividade irregular triplicou, atingindo 3 mil hectares.