MosqueiroNOTÍCIASParáREGIONAL

Expansão urbana de Mosqueiro dobra em 22 anos

Urbanização cresceu de 5,92 km² para 10,15 km² entre 2001 e 2023, mas indicadores de sustentabilidade permanecem positivos

A Ilha de Mosqueiro, a maior de Belém, quase dobrou sua área urbanizada em 22 anos, passando de 5,92 km² em 2001 para 10,15 km² em 2023, segundo um estudo da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). Publicado nesta segunda-feira (30), o relatório destaca que, apesar do crescimento urbano, os índices de sustentabilidade da ilha permaneceram dentro dos parâmetros aceitáveis.

O estudo detalha que a expansão urbana de Mosqueiro segue uma dinâmica constante, com construções substituindo áreas de vegetação e solo exposto. A ilha apresenta uma configuração singular, onde cerca de 10% de seu território é ocupado pela maioria da população, enquanto o restante permanece como área natural, composta por vegetação e corpos d’água.

Sustentabilidade e Expansão Urbana

A pesquisa da Fapespa utilizou o mapeamento multitemporal das “Classes de uso e cobertura da terra” da ilha para calcular indicadores como o de “Sustentabilidade de Pressão Urbana” (SPU) e “Sustentabilidade de Cobertura Vegetal” (SCV). Esses indicadores demonstraram que, mesmo com o aumento da urbanização e da vegetação secundária, a sustentabilidade ambiental foi mantida. De acordo com o estudo, a vegetação secundária cresceu significativamente, de 17,27 km² em 2001 para 38,62 km² em 2023, contribuindo para a conservação ambiental da ilha.

O geógrafo Elias Klelington, bolsista do projeto Atlas da Sustentabilidade, explicou que o crescimento da vegetação secundária ajuda a restaurar ecossistemas e criar corredores ecológicos, conectando áreas florestais. “Isso favorece a conservação ambiental, apesar da perda de floresta primária”, afirmou.

Mosqueiro: Um desafio e oportunidade

Com uma área total de 213 km² e localizada a 80 km de Belém, a ilha de Mosqueiro enfrenta desafios em termos de planejamento urbano, acesso e oferta de serviços públicos, conforme destaca o presidente da Fapespa, professor Marcel Botelho. “A região insular tem grande potencial econômico e turístico, mas é um desafio urbanístico atender às necessidades da população local, que vive em uma área promissora, porém carente”, comentou Botelho.

A pesquisa também revelou o surgimento de uma nova formação territorial sob a ponte Sebastião Rabelo de Oliveira, uma barra sedimentar de 200 metros que está sendo estudada como uma possível “Nova Ilha”. A descoberta ressalta a importância de estudos contínuos para orientar políticas públicas na região.

Boletim da Sustentabilidade das Ilhas de Belém

O estudo sobre Mosqueiro faz parte do “Boletim da Sustentabilidade das Ilhas de Belém”, uma série de relatórios que detalha as características socioespaciais das ilhas próximas à capital paraense. A coletânea tem como objetivo fornecer informações precisas para a criação de políticas públicas eficazes e adaptadas às necessidades das populações insulares.

Segundo Maiara Cordeiro, coordenadora do projeto Atlas da Sustentabilidade, o boletim busca auxiliar gestores públicos no planejamento urbano sustentável dessas áreas. “A expansão desordenada pode comprometer a qualidade de vida e os recursos naturais, por isso é fundamental que os dados coletados orientem decisões estratégicas”, afirmou Cordeiro.

O Boletim da Sustentabilidade da Ilha de Mosqueiro é uma iniciativa da Coordenação de Estudos Territoriais da Fapespa e reúne uma equipe multidisciplinar que analisa dados sobre sustentabilidade no estado do Pará.

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar