Em entrevista ao programa “Meio-dia em Brasília” desta segunda-feira (18), o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Paulo Sergio Aguiar, levanta a preocupação de que estudos antropológicos conduzidos pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para demarcação de áreas indígenas possam comprometer a produção rural em municípios do Pará e Mato Grosso, diretamente impactados pela Terra Indígena (TI) Kapôt Nhĩnore.
O processo teve início em 2004, com a publicação de uma portaria determinando um ponto de estudo para delimitação de uma área indígena. Agora, os estudos antropológicos foram publicados, indicando a área como indígena, o que, segundo Paulo Sergio, inviabiliza a produção rural. Ele argumenta que, nesse cenário, os produtores enfrentarão dificuldades para obter empréstimos e comercializar suas produções.
A Terra Indígena Kapôt Nhĩnore, aprovada em julho pela Funai, está situada nos estados do Pará e Mato Grosso, cobrindo cerca de 362.243 hectares. É considerada um local sagrado para os povos de ocupação tradicional Yudjá (Juruna) e Mebengokrê (conhecidos como Kayapó). O impacto dessa demarcação nas atividades agrícolas preocupa os produtores e gera debates sobre os direitos indígenas e a sustentabilidade da produção rural na região.