Estudantes quilombolas, indígenas, ribeirinhos e negros de oito cursos da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Altamira realizaram, na última terça-feira (14), um protesto contra casos de racismo dentro da instituição.
Os manifestantes denunciam que alunos que ingressaram na universidade por meio do sistema de cotas têm sido hostilizados por professores e colegas de turma. Segundo os relatos, há pelo menos cinco casos comprovados, que foram levados ao conhecimento da coordenação do campus em Altamira e à reitoria em Belém, com pedidos de investigação e providências.
Relatos de constrangimento
De acordo com os estudantes, o constrangimento é constante e está diretamente relacionado ao ingresso via cotas. “Somos desrespeitados por causa de um direito que nos foi garantido, mas que ainda gera preconceito em muitos espaços, inclusive dentro da universidade”, declarou uma das manifestantes, que preferiu não se identificar.
Posicionamento da UFPA e autoridades
O vice-coordenador do campus de Altamira, Luís Maués, acompanhou o protesto e afirmou que a universidade está tomando medidas para apurar as denúncias. “A UFPA está comprometida em garantir um ambiente seguro e respeitoso para todos os seus alunos. Qualquer caso comprovado será tratado com seriedade”, disse.
Apesar das denúncias, a Polícia Civil informou que, até o momento, os casos não foram registrados oficialmente na delegacia responsável pela área.
UFPA e comunidade aguardam respostas
A reportagem entrou em contato com a UFPA em busca de esclarecimentos, mas até o fechamento desta matéria, a instituição não havia se pronunciado.
Os estudantes prometem continuar a mobilização até que as denúncias sejam investigadas e medidas concretas sejam adotadas para combater o racismo dentro do campus.