Uma polêmica envolvendo a candidata a vereadora de Belém, Sue Mourão (MDB), esposa do Comandante Geral da Polícia Militar do Pará, Coronel Dilson Martins, chamou a atenção nos últimos dias. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram Sue em uma discussão de trânsito, onde seu segurança particular, supostamente um policial militar, saca uma arma em meio à confusão e faz o uso indevido de sua autoridade.
A confusão ocorreu na região metropolitana de Belém, quando Sue Mourão, que está em campanha para a Câmara Municipal da capital, teria se envolvido em uma briga de trânsito após uma batida. No vídeo, é possível ver o segurança da candidata – que seria um policial militar, segundo a própria Sue Mourão – visivelmente alterado, empunhando uma arma em direção ao motorista do caminhão e dizendo “saia daqui!”.
A confusão:
O segurança, que estava fora de serviço e sem uniforme, utilizou a autoridade policial de forma inadequada, violando as normas que estabelecem que policiais militares só podem atuar devidamente identificados e em serviço. Além disso, a própria candidatura de Sue Mourão, sendo esposa do Comandante Geral da PM, já traz à tona questionamentos sobre os privilégios de quem está ligado ao alto escalão do governo.
O fato:
Ela estava a caminho do Distrito de Mosqueiro, onde participaria de uma grande carreata do candidato à prefeitura de Belém, Igor Normando, também do MDB. Segundo ela em suas redes sociais sobre a polêmica, o motorista do caminhão estaria exaltado, admite que sua segurança era feita por um policial militar e que está amparada no artigo 144 da Constituição Federal.
Um boletim de ocorrência foi registrado, mas o relato feito pelo policial que atuava como segurança particular de Sue Mourão teria omitido fatos importantes. No documento, não há menção ao uso da arma ou à alegada agressão contra uma amiga da candidata, conforme relatado por ela. O registro se limita a descrever o acidente de trânsito e as versões da candidata e de seu segurança.C
Críticas:
Apesar da sua justificativa, a situação levantou uma séria crítica ao uso de policiais militares para a proteção privada de figuras públicas em campanha eleitoral, especialmente no caso de Sue Mourão, que também é ligada ao comando da PM e ao mesmo partido do governador do estado, Helder Barbalho (MDB). Internautas criticaram a situação, afinal, em um estado onde a população sofre com a violência urbana e a escassez de recursos para a segurança pública, o uso de policiais para fins pessoais soa como um abuso de poder e uma distorção dos serviços que deveriam ser voltados para o bem-estar coletivo.
Enquanto milhares de cidadãos paraenses vivem reféns da criminalidade, o desvio de agentes públicos para proteger candidatos ligados ao poder político mostra que poucos detém privilégios. O dinheiro público, que deveria ser utilizado para garantir a segurança da população, é convertido em benefício privado para quem já possui acesso a recursos e influência. Esse tipo de prática reforça a desigualdade e mina a confiança da população nas instituições que deveriam servir a todos de forma igualitária.
VEJA VÍDEO:
