Uma equipe da NSC TV, afiliada da Rede Globo em Santa Catarina, foi agredida por populares na manhã de segunda-feira, 2, em uma praia em Florianópolis. As informações são do portal G1.
A equipe fazia uma reportagem sobre fiscalizações na praia durante o feriado de Finados, quando um grupo avançou sobre a repórter Bárbara Barbosa e o repórter cinematográfico Renato Solder, tentando impedi-los de realizar a matéria.
Agressões – Os dois foram cercados pelas pessoas que estavam na faixa de areia em frente a um posto salva-vidas na praia do Campeche, descumprindo um decreto municipal que proíbe a permanência nessa área, por conta da propagação do coronavírus.
Algumas pessoas ameaçaram quebrar a câmera, outras tentaram tirar das mãos da repórter o celular que ela usava para gravar a agressão. Após a confusão, Bárbara conseguiu recuperar o aparelho, mas acabou sofrendo arranhões e marcas de agressão no braço.
Segundo a reportagem, a Polícia Militar e a Guarda Municipal de Florianópolis foram acionadas e um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado pela emissora.
Solidariedade – Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiou as agressões sofridas pelos profissionais:
“Foi uma atitude covarde, autoritária, intolerante e que demonstra falta de compreensão do papel dos jornalistas na sociedade.
“Além das agressões verbais e físicas, condenáveis em qualquer situação, o que houve foi também uma tentativa de impedir que a verdade chegue ao conhecimento dos cidadãos. Portanto, se trata de um ataque ao direito das pessoas de serem livremente informadas. A ANJ espera que os agressores sejam identificados e encaminhados à Justiça, para que sejam punidos nos termos da lei”, diz a nota.
A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) também se manifestou sobre o fato.
“Qualquer tipo de intimidação ou constrangimento ao trabalho de equipes de reportagem em sua missão de informar a população configura um atentado contra a liberdade de imprensa, principalmente neste momento de pandemia. Desta forma, pedimos que as autoridades identifiquem e punam exemplarmente os responsáveis pela agressão, destacando que qualquer tentativa de cercear os meios de comunicação são, também, um crime contra a democracia”.
Quem também se pronunciou demonstrando solidariedade aos profissionais foi a Associação Catarinense de Imprensa, e também manifestou preocupação com a crescente onda de violência contra jornalistas e o jornalismo.
“Tentar calar a imprensa é atitude irresponsável e perigosa de pessoas que flertam com o autoritarismo sem ao menos entender as implicações históricas de tal atitude. Espera-se que os agressores sejam devidamente identificados e exemplarmente punidos, na forma da lei”, diz em nota.
Fonte: IstoÉ