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Entressafra eleva preço do açaí em Belém, alcançando até R$ 50 o litro

Na capital paraense, Belém, a entressafra do açaí tem sido acompanhada de perto pelos consumidores, que enfrentam a elevação constante dos preços do fruto típico da região amazônica. Com a diminuição da produção local e a dificuldade de importação de outros estados, o valor do litro do açaí chegou a atingir a marca dos R$ 50 em alguns estabelecimentos.

O aumento expressivo do preço do açaí é reflexo direto das condições climáticas adversas enfrentadas durante o chamado inverno amazônico. Com mais chuvas, a qualidade do açaí diminui, tornando-o mais escasso e, consequentemente, mais caro. Em meio a esse cenário, diversos pontos de venda em Belém se viram obrigados a fechar suas portas, incapazes de adquirir o fruto para revenda.

Proprietários de estabelecimentos que conseguiram manter suas atividades relatam os desafios enfrentados para manter a oferta do produto. O empresário Heron Rocha, por exemplo, compartilha a dificuldade de equilibrar os custos diante do aumento abrupto do preço do açaí. “Sábado foi o último dia que eu trabalhei e consegui pagar R$ 110 [no açaí para revenda] e agora já está R$ 200. Então, foi um aumento muito brusco”, lamenta.

Outros empresários, como Anderson Pires, têm buscado alternativas para manter as vendas, mesmo diante da entressafra. Com o esgotamento da produção local, Pires passou a importar açaí de outros estados, pagando preços mais altos pela lata do produto. Os valores praticados em seu estabelecimento variam entre R$ 30 e R$ 50, de acordo com a qualidade e origem do açaí.

No entanto, a escalada de preços não afeta apenas os comerciantes, mas também os consumidores, que sentem no bolso o impacto da entressafra. Mesmo diante dos valores elevados, muitos não abrem mão do consumo do açaí, especialmente por ser uma tradição na região. Carlos Pereira, eletricitário, afirma que compra o fruto para agradar seu filho, apesar do custo elevado. “Já faz parte da vida do paraense: quando chega nessa época do inverno, a safra diminui e consequentemente o preço aumenta”, observa.

Carlos Noronha, presidente da Associação dos Vendedores Artesanais de Açaí de Belém (Avabel), destaca que a entressafra é um período de transição entre a última colheita e a próxima, caracterizado pela diminuição da oferta. Com o Marajó, principal fornecedor de açaí para a capital, afetado pelo excesso de chuvas, e Macapá como alternativa, mas com qualidade inferior, os preços dispararam, impactando toda a cadeia de comercialização do fruto.

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