No mês dedicado às mulheres, o desafio maior ainda está relacionado ao mercado de trabalho. Segundo os dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos no Pará (Diesse-PA), somente em 2021 foram gerados 26 mil postos de trabalho feminino. O Estado deteve o maior número de ocupações geradas em toda a região Norte.
Ainda segundo os dados do Diesse-PA, considerando os dados gerais, foram abertos 71 mil novos empregos no Estado, sendo que apenas 26 mil foram para mulheres, o que representa 36% do total, o que revela uma discrepância entre as oportunidades geradas para as paraenses se comparado ao número de vagas para os homens.
Não a toa, as mulheres têm buscado empreender com mais veemência, inclusive ocupando espaços que historicamente foram preenchidos por homens. Este é o caso das engenharias e também da arquitetura.
“Eu nunca tive problemas de usar botas e estar suja de cimento ou gesso após entrar em uma obra. Isso faz parte da minha rotina profissional”, diz a Arquiteta Lívia Baetas, que há mais de sete anos empreende o mercado de arquitetura e construção civil. Ela atuou em obras de interiores e construção de casas e shoppings.
Segundo Lívia, o desafio maior é comandar equipes de homens, mas até aqui tem, com profissionalismo, conquistado o respeito dos colegas de trabalho. “No primeiro momento é um olhar desconfiado, se de fato entendemos do que fazemos. Mas depois percebem que nós, mulheres, temos muito a contribuir, e que este é também o nosso espaço”, argumenta, acrescentando que desde de a academia as desigualdades já existiam pra ela, que cursa pós graduação pela PUC do Rio Grande do Sul. Hoje ela comanda em sua empresa uma equipe com profissionais de serventes, pedreiros, eletricistas, encanadores, gesseiros e limpeza grossa de obra. “Vamos lutar sempre e empreender mais e mais, não apenas para ocupar o nosso espaço, mas, também, para gerar renda e dar oportunidades a outras mulheres”, conclui.
