A economia do Pará sofreu uma retração em 2022, segundo dados da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Produto Interno Bruto (PIB) do estado apresentou queda de 0,7%, passando pars R$ 236,14 bilhões e contribuindo para a perda de 0,57 ponto percentual de sua participação na economia nacional, agora representando 2,3%. Com isso, o Pará caiu para a 12ª posição no ranking nacional, ultrapassado por Mato Grosso e Pernambuco.
A principal razão para essa queda foi a diminuição expressiva na produção da indústria extrativa, um dos pilares econômicos do Pará, especialmente afetada pela redução na produção e nos preços do minério de ferro e do cobre. A produção de minério de ferro, que responde pela segunda maior participação econômica no estado, teve uma redução de 9,2%, afetada também pelo declínio de 35% nos preços. O impacto foi agravado pela desaceleração da economia chinesa, grande importadora do mineral, devido a uma crise no mercado imobiliário.
A indústria extrativa, antes responsável por 34,1% do Valor Adicionado (VA) no estado, caiu para 16,7% em 2022, resultando em uma perda de R$ 46,5 bilhões em valor. As principais minas de minério de ferro – Serra Norte, Serra Leste e S11D – registraram reduções significativas na produção, com destaque para uma queda de 11% na Mina de Serra Norte e 6% na Mina S11D. A produção de outros minerais como cobre, níquel e alumínio também sofreu reduções, em parte devido a manutenções prolongadas e processos de licenciamento que impactaram a produção.
Em contrapartida, o setor agropecuário manteve participação de 11,4%, um leve aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao ano anterior, apesar da redução de R$ 245 milhões em seu valor anual. No setor de serviços, comércio e atividades imobiliárias registraram leve crescimento, com o comércio aumentando em R$ 1,49 bilhão e as atividades imobiliárias em R$ 159 milhões, contribuindo para a diversificação econômica do estado.
O cenário reflete a necessidade de estratégias de diversificação e redução da dependência da mineração. A FAPESPA e o IBGE apontam para uma estabilização econômica nas demais regiões, como na Região Norte e no Brasil, que cresceram 3,0% e 2,0%, respectivamente, enquanto o Pará mostrou retração. Especialistas sugerem que o estado invista em alternativas sustentáveis e mais resilientes a variações no mercado internacional para reduzir os impactos de crises como a de 2022.
A análise também levanta preocupações quanto ao futuro da economia paraense, que depende da recuperação do mercado mineral internacional e da estabilização da demanda por parte de importadores, como a China.