Dos 100 milhões de dólares de empréstimo, governo do PA vai gastar 27 milhões com despesa de pessoal
Não é isso que você pensou. O governo do Pará não vai gastar U$27 milhões (cerca de R$ 164 milhões ) com médicos, enfermeiros ou qualquer profissional que seja necessário para atuar na linha de frente durante essa pandemia (ainda sem data para terminar).
Na última quarta-feira, 6, a Assembleia Legislativa do Pará aprovou por unanimidade um empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na ordem de U$ 100 milhões (aproximadamente R$ 600 milhões).
O governo do Pará usou como justificativa o projeto de Enfrentamento da Pandemia – Pará Contra o Coronavírus. De acordo com o Thiago Araújo (Cidadania), os deputados foram pegos de surpresa em relação ao projeto e nem havia detalhamento sobre como seria os gastos, sendo que a planilha surgiu em cima da hora. Thiago propôs uma emenda para maior transparência nos gastos, porém a maioria governistas rejeitou.
Analisando o documento com o detalhamento dos gastos (veja abaixo), chama atenção os valores direcionados para duas áreas.
O governo do estado direcionou cerca de U$ 21 milhões (pouco mais de 100 milhões de reais) para construção de mais 4 hospitais de campanha. Não há informações sobre os locais onde serão construídos esses hospitais, nem sobre a quantidade de leitos de cada um e muito menos sobre qual complexidade eles estarão aptos a atender. Lembrando que essas estruturas são temporárias, depois serão desmanchadas, mesmo sendo caríssimas.
Outro gasto que impressiona são os U$ 28 milhões (mais de 160 milhões de reais) usados apenas para custear atividades como gerenciamento, supervisão e auditoria, ou seja, gasto com pessoal.
O governo do Pará deverá pagar por esse empréstimo até 2035. A carência é de 5 anos, ou seja, só após 5 anos que o governo do estado começará a pagar as parcelas. Isso significa que todo esse endividamento cairá no colo de outros governadores.
Veja abaixo o detalhamento dos gastos:
Nas redes sociais, o influenciador digital David Mafra falou sobre o assunto:
