A disputa pela prefeitura de Belém em 2024 está enfrentando uma divisão dentro da direita. A saída do Delegado Eguchi do Partido Liberal (PL), partido do ex-presidente Bolsonaro, para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), criou um racha entre o grupo de Eguchi e o grupo de Rogério Barra (PL), filho do deputado federal Éder Mauro.
Tanto Barra quanto Eguchi são pré-candidatos fortes da direita na capital, porém, terão que competir pelo mesmo grupo de eleitores, o que potencialmente é prejudicial para ambos, pois há um limite a ser atingido. Belém é uma capital cujo eleitorado tende para o espectro da centro-esquerda, embora a direita tenha crescido na capital paraense, como demonstrado pelas eleições presidenciais de 2022, nas quais a disputa em Belém foi acirrada, com uma leve vantagem para o Lula.
Ainda nas eleições de 2022, a presença de vários candidatos de direita na disputa para a única vaga ao senado, dividiu votos e foi favorável ao petista Beto Faro, que nadou de braçada do outro lado. Quem está por trás dessa nova divisão? Não se sabe, mas a direita paraense não aprende com os erros e nem tem estratégia.
Por outro lado, ambos os pré-candidatos se beneficiam da alta reprovação da gestão de Edmilson Rodrigues (PSOL), que tem enfrentado dificuldades para implementar projetos, gerando uma sensação de abandono e piora na qualidade de vida e na percepção da cidade. Nos últimos meses, a administração de Edmilson Rodrigues tem sido marcada por escândalos na área da saúde, além de uma grande insatisfação dos servidores municipais, um dos pilares de seu apoio. Nesse caso, é importante observar os votos de protesto.
O governador Helder Barbalho deve ter um peso importante nas eleições municipais de Belém, uma vez que praticamente todos os partidos políticos são aliados a ele, incluindo o PSOL (que tenta se apresentar como neutro, mas não é) e o PTB, novo partido de Eguchi, o que lhe confere uma certa vantagem em relação ao PL de Rogério Barra, o único partido que faz oposição ao governo do estado.
