Uma polêmica sobre a origem do tecnobrega no Pará envolve Tonny Brasil, Júnior Rêgo e Jurandy, destacando-se na esteira do reconhecimento nacional proporcionado por Gaby Amarantos, premiada no Grammy Latino, ganhou destaque na Folha de São Paulo. O debate sobre quem é o verdadeiro “pai” do gênero ganhou destaque após Tonny receber uma comenda da Assembleia Legislativa do Pará.
A disputa não se limita a questões pessoais; envolve também elementos estéticos e narrativos. Tonny Brasil, autodenominado criador do tecnobrega, utiliza o respaldo midiático e estatal para afirmar sua autoria, enquanto Júnior Rêgo se sente apagado da história, reivindicando a verdadeira autoria. Jurandy, um dos pioneiros do gênero, prefere ser chamado de “rei” do tecnobrega.
O contexto histórico revela que o tecnobrega emergiu nos anos 1990 como resposta à crise no mercado de brega pop no Pará. A sonoridade eletrônica, originalmente apresentada por Tonny Brasil, tornou-se um fenômeno, com artistas como Jurandy e Júnior Rêgo contribuindo para a diversificação do gênero.
O professor Mauricio Costa destaca que o tecnobrega não possui um único “pai” ou “mãe” e representa um movimento coletivo. Zek Picoteiro, DJ e pesquisador, enfatiza que o gênero se consolidou com uma identidade sonora própria, sendo influenciado por artistas do interior, como Júnior Rêgo e Jurandy.
Segundo Zeck, a controvérsia sobre a paternidade do tecnobrega no Pará transcende o debate individualista, revelando a riqueza cultural e a capacidade de adaptação do gênero em meio à escassez e desafios socioeconômicos, traduzindo o mundo globalizado para um sotaque amazônico autêntico.



