Nesta quinta-feira (5), Dia da Amazônia, também se celebra o açaí, fruto que é símbolo cultural e econômico do estado do Pará. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará é responsável por mais de 90% da produção nacional de açaí, gerando cerca de 1,7 milhão de toneladas anualmente. O fruto é parte essencial da dieta e da economia local, contribuindo para a renda de milhares de produtores e comerciantes em todo o estado.
O açaí, consumido de diversas formas, é um dos principais produtos do mercado paraense, e o seu impacto econômico se estende para o comércio internacional. Em 2023, a exportação de produtos derivados do açaí alcançou mais de 61 mil toneladas, com um valor aproximado de US$ 45 milhões. Esse crescimento exponencial reflete a importância da fruta não só para a subsistência das famílias paraenses, como também para a economia global, onde o açaí é cada vez mais valorizado por suas propriedades nutricionais.
Produtores como Edvaldo Silva, da Ilha do Combu, testemunham as transformações que o mercado do açaí trouxe para a região. Trabalhando no cultivo há mais de 40 anos, Edvaldo relata que a produção do fruto melhorou significativamente as condições de vida de muitas famílias. “Hoje, a maioria da nossa renda vem do açaí”, conta ele, destacando o papel central do fruto no cotidiano alimentar e financeiro.
O sucesso do açaí paraense no cenário internacional, no entanto, levanta preocupações quanto à preservação da sua origem e autenticidade. Márcio Ponte, especialista no setor, alerta para a necessidade de certificação e investimento em pesquisa para evitar que o Pará perca o protagonismo no mercado, como ocorreu no passado com a borracha. “É preciso certificar e criar um selo de origem para garantir a sustentabilidade e valorizar o açaí como parte da nossa identidade”, defende Ponte.
A produção de açaí no Pará também está diretamente associada ao crescimento do emprego formal no estado. Entre 2010 e 2022, o número de vínculos empregatícios no setor cresceu impressionantes 864,5%. O cultivo do açaí gerou, apenas em 2022, mais de 3 mil empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico da região.