O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou dados preocupantes sobre a destruição da floresta amazônica no Pará. De acordo com o instituto, o estado teve um aumento de 176% na derrubada de árvores no primeiro trimestre de 2023, comparado ao mesmo período do ano anterior. Essa é a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos, ficando atrás apenas do registrado em 2021.
Os dados indicam que o Pará concentrou 27% de toda a derrubada na região, ficando atrás apenas do Amazonas (767%) e Rondônia (450%). Os municípios paraenses mais desmatados foram Altamira, Moju e Novo Progresso, que somaram 55% de toda a devastação no estado. Além disso, as unidades de conservação estaduais APA Triunfo do Xingu e APA do Tapajós também foram afetadas, perdendo áreas de floresta equivalentes a 500 e 300 campos de futebol, respectivamente, apenas em março.
Segundo os pesquisadores do Imazon, as áreas mais pressionadas da floresta precisam de atenção especial nas ações de conservação. Os dados indicam que a devastação da floresta amazônica triplicou em março, com 867 km² de floresta derrubados nos primeiros três meses de 2023. Isso equivale a quase mil campos de futebol por dia de mata nativa perdida.
O Imazon alerta que os governos federal e dos estados precisam agir em conjunto para evitar que a destruição siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. Com 42% do desmatamento previsto pela plataforma PrevisIA para o período de agosto de 2022 a junho de 2023 já ocorrido, é urgente a implementação de ações de proteção aos territórios mais pressionados.
Para o pesquisador Carlos Souza, do Imazon, também é preciso não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas. Os dados alarmantes apontam para a necessidade de ações concretas e efetivas para proteger a floresta amazônica e garantir a preservação dessa riqueza natural e cultural do Brasil.