Brasília (DF) – O presidente do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou na manhã desta sexta-feira, 12, que devolveu ao governo a Medida Provisória (MP) que amplia os poderes do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para escolher reitores temporários em universidades e institutos federais durante a pandemia do coronavírus sem consulta prévia.
Segundo Alcolumbre, a MP viola os princípios da Constituição Federal que tratam da autonomia e da gestão democrática das universidades.
“Acabo de assinar o expediente de devolução da MP 979, que trata da designação de reitores, por violação aos princípios constitucionais da autonomia e da gestão democrática das universidades”, afirmou o senador em uma mensagem publicada nas redes sociais.
“Cabe a mim, como presidente do Congresso Nacional, não deixar tramitar proposições que violem a Constituição Federal. O Parlamento permanece vigilante na defesa das instituições e no avanço da ciência”, completou.
Devolvida – Com a decisão, o texto não será mais analisado no Congresso Nacional, como acontece na tramitação normal de uma Medida Provisória. Quando publicada, uma MP já tem força de lei, mas precisa ser aprovada, ainda que com mudanças, em até 120 dias pela Câmara e pelo Senado, para que não perca a validade.
Publicada na quarta-feira, 10, a medida ampliava os poderes de Weintraub, permitindo que ele decidisse sobre as reitorias sem necessidade de consulta pública ou lista tríplice para embasar a definição de nomes para o cargo. Na avaliação de congressistas, incluindo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o texto afronta a Constituição.
Pressão – Partidos de oposição acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para julgá-la inconstitucional e pediram que Alcolumbre a devolvesse ao Executivo. Uma ala do Congresso já articulava a derrubada imediata da MP na próxima semana, se não houvesse uma atitude por parte do Supremo ou de Alcolumbre.
Sob pressão, não apenas da oposição, e após consulta aos parlamentares, o presidente do Congresso acabou decidindo devolvê-la ao governo.
Fonte: UOL