CRIMENOTÍCIASParáREGIONAL

Cumaru do Norte, no Pará, lidera taxa de mortes violentas na Amazônia Legal

Município paraense registra 141,3 mortes por 100 mil habitantes, aponta estudo

Cumaru do Norte, no sudeste do Pará, foi apontado como o município mais violento da Amazônia Legal, com uma taxa alarmante de 141,3 mortes violentas para cada 100 mil habitantes. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Enquanto o Pará apresentou uma redução geral de 11,8% na taxa de mortes violentas entre 2022 e 2023, Cumaru do Norte seguiu na contramão, registrando um aumento de 25% no mesmo período.

Os fatores por trás dessa violência incluem conflitos fundiários, o avanço do garimpo ilegal e a exploração madeireira, problemas históricos da região que afetam diretamente comunidades indígenas e outros grupos locais.

Garimpo e conflitos fundiários impulsionam violência em Cumaru do Norte

Especialista sugere políticas públicas e regularização fundiária como soluções

A expansão do garimpo ilegal e os conflitos em territórios indígenas são apontados como principais causas da violência em Cumaru do Norte. O município é cenário de disputas por recursos naturais que resultam em um histórico de crimes violentos.

Aiala Colares, geógrafo da Universidade do Estado do Pará (UEPA), destacou que a precariedade da presença do Estado contribui para a vulnerabilidade da região. Ele defende investimentos em fiscalização e regularização fundiária, além da adoção de modelos de desenvolvimento sustentável para reverter o quadro de violência.

Segundo Colares, a regularização fundiária é fundamental para combater a grilagem e incentivar atividades econômicas como a agricultura familiar, reduzindo a pressão sobre comunidades locais.

Pará concentra quatro dos cinco municípios mais violentos da Amazônia Legal

Estudo aponta fragilidade estrutural e conflitos agrários como fatores centrais

Além de Cumaru do Norte, os municípios de Abel Figueiredo, Mocajuba e Novo Progresso, no Pará, estão entre os mais violentos da Amazônia Legal. A violência nessas cidades está associada a conflitos fundiários e atividades ilegais como garimpo e desmatamento.

Apesar da redução geral nas taxas de homicídios no estado, o Pará ainda apresenta índices superiores à média nacional. O governo estadual informou que tem intensificado operações de segurança, como a Amazônia Viva e Curupira, para conter a violência nas zonas rurais.

Sustentabilidade como alternativa ao modelo predatório na Amazônia

Geógrafo defende mudanças no desenvolvimento regional para reduzir conflitos

Para enfrentar os altos índices de violência, especialistas apontam a necessidade de adotar modelos de desenvolvimento sustentável na Amazônia. Segundo Aiala Colares, é preciso criar alternativas econômicas que priorizem a preservação ambiental e diminuam a dependência de atividades predatórias, como o garimpo e a extração de madeira.

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar