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Críticas à indicação de Pochmann para o IBGE suscitam preocupações sobre viés ideológico e possíveis interferências nas pesquisas do órgão

Desde a confirmação da indicação do economista Marcio Pochmann pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma onda de críticas e alertas sobre possíveis influências políticas nas pesquisas do órgão vem ganhando força.

Pochmann, cuja trajetória política está diretamente ligada ao Partido dos Trabalhadores, já concorreu a cargos eletivos, incluindo candidaturas à prefeitura de Campinas e ao cargo de deputado federal, despertando resistências especialmente devido à sua gestão anterior no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2007 e 2012.

Naquela época, o economista foi acusado de interferir diretamente na linha de atuação do Ipea, direcionando pesquisas e estudos para temas alinhados com suas convicções acadêmicas, que incluem a defesa de uma economia com maior presença do Estado, o combate à desigualdade social e a expansão de gastos.

Edmar Bacha, economista que presidiu o IBGE nos anos 1990, foi uma das vozes que se juntaram ao coro de críticas em relação à nomeação de Pochmann. Em entrevista ao Estadão, Bacha afirmou sentir-se “ofendido” como ex-presidente do instituto ao imaginar Pochmann à frente do IBGE.

“Pochmann é um ideólogo. Tem uma visão totalmente ideológica da economia. E não terá problema de colocar o IBGE a serviço dessa ideologia, como fez no Ipea. Estou ofendido como ex-presidente do IBGE”, declarou Bacha, que também teve participação na elaboração do Plano Real.

No ano anterior, Bacha se aproximou de Simone Tebet e contribuiu para a formulação do plano econômico da então candidata à Presidência da República. Com conhecimento da orientação econômica da atual ministra do Planejamento e Orçamento, pasta à qual o IBGE está vinculado, Bacha demonstrou descontentamento.

“Não entendo como ela pôde ter aceitado (a indicação de Pochmann). É incompreensível. Espero que ela não assine essa nomeação, pois seria um desrespeito à sua própria autobiografia”, acrescentou Bacha.

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