A proposta de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de crimes contra crianças e adolescentes na Ilha de Marajó enfrenta resistência na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). Devido à falta de apoio, o colegiado não deve ser efetivado.
As denúncias de abuso sexual, pedofilia e outros crimes na Ilha de Marajó têm sido recorrentes há mais de 15 anos e foram mencionadas na CPI da Pedofilia de 2008, no Senado Federal, presidida pelo senador Magno Malta (PL-ES).
Recentemente, as preocupações voltaram à tona após a cantora Aymeê abordar a situação durante uma apresentação da música “Evangelho de Fariseus” no programa Dom Reality, transmitido no YouTube. Ela mencionou a presença de tráfico de órgãos e casos de pedofilia na região, gerando uma onda de atenção para o problema.
Paralelamente, denúncias feitas pelo Instituto Akachi, grupo de missionários evangélicos atuantes na região de Marajó, também ganharam destaque, resultando em uma maior visibilidade do assunto, inclusive entre celebridades e influenciadores digitais.
Apesar da repercussão, a maioria dos deputados estaduais do Pará não tem demonstrado interesse em apoiar a criação da CPI. Até o momento, apenas nove dos 41 deputados estaduais assinaram o protocolo para instauração da comissão.
A negativa dos deputados da Alepa contrasta com a mobilização nacional pelo tema. No Congresso Nacional, o pedido de CPI para investigar as denúncias na Ilha de Marajó já conta com quase cem assinaturas.