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Comentaristas da Jovem Pan: só faltou dizer que em Belém a população vive em ocas e tem onça de estimação.

Os comentaristas da Jovem Pan estariam cobertos de razão se focassem em ressaltar os problemas e desafios que a cidade de Belém possui e que agora vêm à tona por conta de um evento de dimensões globais que trará ainda mais foco para a Amazônia.

Há quem enxergue o copo meio cheio ou o copo meio vazio. Uns entendem o evento como uma oportunidade para a cidade receber obras e investimentos estruturantes, que há anos necessitava, para virar a página e sair de vez da letargia. Outros ficam com o pé atrás, dada a experiência com a Copa do Mundo de 2014, se as obras serão feitas em um tempo relativamente curto. A atual gestão municipal de Belém não passa nenhuma confiança, falta-lhe pragmatismo e menos discurso prolixo.

Mas sim, Belém tem muitos desafios, e eles só serão resolvidos com investimentos, e esses investimentos demandam somas vultuosas. A COP 30 pode ser esse “start” que Belém precisava, ainda mais com o apoio de verbas federais, que gostando ou não, são quem possuem os maiores recursos.

Este site denuncia problemas em Belém todos os dias, como a falta de coleta de lixo, buracos nas ruas, falta de saneamento e problemas no transporte público. Mas toda essa crítica é baseada em evidências. Quando os comentaristas da Jovem Pan afirmam que em Belém não tem energia elétrica, internet ou que a população se locomove em barcos velhos, eles estão, sim, reforçando um discurso preconceituoso e xenofóbico. Mais um pouco, teriam dito que moramos em ocas (com todo o respeito aos povos indígenas), temos onças de estimação e nos comunicamos por fumaças. Toda aquela horda de estereótipos que o nortista já escutou em outras regiões do Brasil.

Precisamos estabelecer o que são críticas construtivas e o que são críticas depreciativas, feitas apenas por fazer, usando termos preconceituosos e regadas por essa disputa ideológica polarizada que toma conta deste país e que acaba furtando qualquer tentativa de manter e ter um debate racional e civilizado.

Mas sim, Jovem Pan, nossos indígenas não comem ninguém.

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