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Com voto de Cármen Lúcia, STF forma maioria pela condenação de Bolsonaro e outros sete réus

Primeira Turma ainda aguarda voto do ministro Cristiano Zanin antes de definir a dosimetria das penas dos oito acusados.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira (10) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo crime de organização criminosa. O julgamento ainda não foi concluído, pois falta o voto do presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin.

Votaram pela condenação os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino e Cármen Lúcia. Após a conclusão dos votos, os ministros discutirão a dosimetria das penas, etapa que define o tempo de prisão de acordo com a gravidade das condutas e o papel de cada réu.

Quem são os réus julgados junto com Bolsonaro

Além do ex-presidente, a maioria da Primeira Turma também decidiu pela condenação de outros sete acusados apontados como parte do núcleo central da trama golpista:

  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do GSI;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente.

O tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada, pode ter a pena reduzida. O ministro Flávio Dino já indicou que deve aplicar todos os benefícios previstos no acordo, considerando a colaboração eficaz.

Crimes atribuídos aos réus

Os acusados, com exceção de Ramagem, respondem por cinco crimes:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: 4 a 8 anos de prisão;
  • Tentativa de golpe de Estado: 4 a 12 anos;
  • Organização criminosa armada: 3 a 8 anos, podendo chegar a 17 anos com agravantes;
  • Dano qualificado: 6 meses a 3 anos;
  • Deterioração de patrimônio tombado: 1 a 3 anos.

No caso de Alexandre Ramagem, parte das acusações foi suspensa pela Câmara dos Deputados, que decidiu que o parlamentar não responderá, durante o mandato, pelos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado ligados aos atos de 8 de janeiro de 2023.

Próximos passos

Com a maioria já formada, a expectativa é que o ministro Cristiano Zanin apresente seu voto e, em seguida, seja iniciada a análise da dosimetria das penas, prevista para as próximas sessões.

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